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quinta-feira, 3 de julho de 2025

A História Oculta da Humanidade

 

A História Oculta da Humanidade

Devamrita Swami

As descrições na literatura védica de vida humana inteligente e avançada há milhões de anos são contrárias às evidências científicas relativas às origens do homem, ou contrárias apenas às evidências científicas selecionadas pelo meio acadêmico mainstream?

A base acadêmica estabeleceu sua própria existência na evolução gradual do intelecto e dos feitos do homem – do estado completamente primitivo à modernidade avançada. Contudo, os Vedas rejeitam claramente essa concepção. Por muitas décadas, destarte, deixaram-se os textos védicos empoeirarem no sentido de não serem tratados como compêndios de informações valiosas sobre o planeta e o universo.

Consideremos os temas nos Vedas que os fadaram à rejeição como tratados sérios ou, no melhor dos casos, relegados ao departamento de mitologia:

– A Terra é populada com vida inteligente há milhões de anos.

– A tecnologia disponível neste planeta milhares de anos atrás era muito mais avançada e sutil do que a tecnologia grosseira que temos agora.

– A versão atual da humanidade – isto é, a descendência que ocupa a Terra há aproximadamente 5 mil anos – carece de boa conduta e inteligência. Muitas culturas anteriores, desconhecidas pelas versões atuais da História, foram muito mais avançadas sob todos os aspectos.

Poucos acadêmicos mainstream consideraram com seriedade essas declarações védicas. Enquanto isso, a televisão mainstream apresenta isso como uma abundância de anomalias, em desacordo com as noções mais seguramente estabelecidas. A ideia científica padrão é que os humanos, como nós, são deveras recém-chegados. Antes de cerca de 100 mil anos atrás, aceita-se que havia apenas ancestrais similares a macacos. É dito que se originaram por volta de quatro ou cinco milhões de anos atrás. Antes deles, por volta de quarenta ou cinquenta milhões de anos atrás, os ancestrais primitivos – macacos primitivos – apareceram. A vida em si começou por acaso dois ou três bilhões de anos atrás.

Apesar da simplicidade cristalizada dessa história, problemas estão fermentando sobretudo na disciplina normalmente serena de estudos antigos. Casos documentados revelam que a humanidade poderia ser milhões de anos mais antiga do que permite a teoria da evolução. Simultaneamente, o público em geral está se conscientizando de que o conhecimento contrário à estrutura predominante é filtrado e, algumas vezes, até mesmo suprimido.

No outono de 1993, um número estimado de 33 milhões de norte-americanos assistiram evidências televisionadas de datação da Grande Esfinge em milhares de anos antes da data academicamente aceita de 2500 a.C. Um geólogo especialista, da Universidade de Boston, Dr. Robert Schoch, teve acesso à Grande Esfinge antes de ter sua permissão revogada pelo círculo acadêmico do governo egípcio. Teve tempo o bastante, todavia, para confirmar um pressentimento não-acadêmico.

Um pesquisador estadunidense independente, John Anthony West, lera em um livro obscuro, de autoria do matemático francês R. A. Schwaller de Lubicz, que água, e não vento, desgastara a Grande Esfinge. Quando, na história da Terra, houve água ou chuva o bastante no árido Egito para causar erosão na Grande Esfinge? O Deserto do Saara representa milênios de aridez. Portanto, West conclui acertadamente:

Se o único fato da erosão por água da Grande Esfinge pudesse ser confirmado, isso reviraria todas as cronologias aceitas da história da civilização, forçando uma drástica reavaliação do pressuposto de “progresso” – o pressuposto sobre o qual toda a educação moderna se baseia. Seria difícil encontrar uma questão única e simples com implicações mais graves.1

Schoch confirmou a causa da erosão: chuva – nem mesmo inundação. Schoch recebera seu doutorado em geologia e geofísica da Universidade Yale, onde se especializou em pedras desgastadas pelo tempo. Ele sabia que chuvas pesadas, resultando nos padrões de erosão da Grande Esfinge, haviam parado milhares de anos antes da data aceita pelos egiptólogos para a Grande Esfinge: 2500 a.C.

A história oficial confere à Grande Esfinge a idade de 4.500 anos. Pela maior parte desse tempo, esteve sob as areias até a altura de seu pescoço. Egiptólogos sempre impuseram sua explicação oficial para as cicatrizes e fissuras por toda a Grande Esfinge e nos muros internos de seu recinto. Embora não fossem especialistas em rocha, estabeleceram os severos ventos do deserto como o culpado. Schoch, entretanto, valeu-se de conhecimento geológico para apontar os verdadeiros perpetradores das cicatrizes e fendas: torrentes de chuva por milhares de anos. Sua sólida apresentação, até a atualidade, resiste aos contra-argumentos dos egiptólogos convencionais. Ele explica:

Como geólogo, cheguei à egiptologia como um intruso. Em geral, egiptólogos não utilizam esse tipo de evidência científica, mas sim uma mistura de métodos que inclui historiografia, arqueologia, antropologia, filologia e análise literária. A análise geológica é uma forma alheia ao pensamento dos egiptólogos, que tendem a rejeitá-la por cauas de sua falta de familiaridade com a mesma.2

Para encontrar no Egito um clima úmido o bastante para desgastar pedras ao longo de milhares de anos, temos que voltar no tempo pelo menos 3500 anos, chegando a alguma data entre 8000 e 4500 a.C. Nesse tempo, o leste do Deserto do Saara era completamente diferente: uma savana com abundância do tipo de chuva que inunda regiões tropicais. Schoch, demonstrando a cautela de um acadêmico estabelecido, teve o cuidado de apresentar a data mais conservadora possível: 7000 a.C.

Aqueles mais ousados – como o inspirador da expedição, West – argumentam em favor do período chuvoso precedendo 10000 a.C. Essas vozes menos restringidas apontam que, entre outros pontos, ainda não existe nenhuma evidência arqueológica de alguma civilização avançada no Egito entre 7000 e 5000 a.C. Não se sabe da existências de faraós então. Acadêmicos convencionais dizem que apenas comunidades agrícolas primitivas caracterizavam o leste do Deserto do Saara e as margens do Nilo naquele tempo. Como esses enclaves agrícolas reuniriam a motivação e a tecnologia para projetar e erigir colossais monumentos de pedra? Por essa e outras razões, os desafiadores concluem que a civilização responsável pela Grande Esfinge tem que ter existido no período chuvoso anterior a 10000 a.C. e desaparecido muito antes da era de chuvas posterior.

No caso de qualquer datação – conservadora ou audaciosa –, a reação dos egiptólogos mainstream seria a mesma: furor explosivo. Como essa “gente de fora” ousou transgredir seu domínio? Eles expressaram sua fúria publicamente: quem era esse genioso, apesar de altamente reputado, geólogo cientista, auxiliado por um não-acadêmico “pau para toda obra” e sem reputação? Esperando essa inevitável resposta, West foi sábio e prudente em fazer todos os arranjos para que toda a examinação geológica da Grande Esfinge fosse filmada para ser apresentada diretamente para o povo em televisão de alcance nacional. “Uma vez que não poderíamos esperar nada além de oposição dos egiptólogos e arqueólogos acadêmicos, uma maneira tinha de ser encontrada para que a teoria chegasse ao público”.3

Um arqueólogo no campus de Berkeley da Universidade da Califórnia foi direto ao ponto: inteligência avançada e antiguidade não se misturam. “Não há possibilidade disso ser verdade”, declarou Carol Redmont. “O povo dessa região não teria a tecnologia, as instituições governantes nem a vontade de construir semelhante estrutura milhares de anos antes do regime de Quéfren [2500 a.C.]. [A tese] vai contra tudo o que sabemos sobre o Egito antigo”.No Museum of Fine Arts, de Boston, o curador assistente do Departamento Egípcio, Peter Lecovara, levantou-se em defesa da instituição acadêmica: “Isso é ridículo! Milhares de acadêmicos, trabalhando por centenas de anos, estudaram esse problema, e a cronologia está muito bem desenvolvida. Não há grandes surpresas por virem”.5

Schoch apresentou sua pesquisa para a Convention of the Geological Society of America de 1992. Ao receber a calorosa aprovação de seus colegas, ele, no mesmo ano, foi ao Annual Meeting of the American Association for the Advancement of Science. Enfrentando com firmeza os egiptólogos presentes, chamou atenção para o fato de que seu trabalho não era nem enraivecê-los nem afagá-los:

Disseram-me vezes e mais vezes que os povos do Egito, até onde sabemos, não tinham nem tecnologia nem organização social para esculpir o cerne do corpo da Grande Esfinge nos tempos pré-dinásticos. Contudo, não vejo isso como problema meu como geólogo. Se meus achados estão em conflito com a teoria de vocês sobre o surgimento da civilização, talvez seja chegado o momento de reavaliar essa teoria. Estou apenas seguindo a ciência para onde ela me conduz.6

Enquanto Schoch cumpria seu dever de apresentar a mais cautelosa explicação de sua pesquisa, seu parceiro, West, sem impedimentos nascidos de necessidades acadêmicas, progrediu audaciosamente nas consequências da descoberta:

Informam-nos de que a evolução da civilização humana é um processo linear que vai dos estúpidos homens das cavernas para os velhos inteligentes conhecidos como “nós”, com nossas bombas de hidrogênio e tubos de pasta de dente. Contudo, a prova de que a Grande Esfinge é muitíssimos milhares de anos mais antiga do que os arqueólogos pensam, que precede em muitos milhares de anos até mesmo o Egito dinástico, significa que certamente houve, em algum ponto da história, uma civilização elevada e sofisticada tal como afirmam todas as lendas.7

Na virada do novo século, a “Batalha da Esfinge” terminou em um impasse. Egiptólogos não são capazes de refutar a evidência geológica apontando para uma grande revisão. Optam por ignorá-la.8

Os produtores do especial televisivo “Mystery of the Sphinx” ganharam um prêmio Emmy, o maior prêmio nos Estados Unidos para a televisão. Em fevereiro de 1996, voltaram com seu documentário “Mysterious Origins of Man”. Dessa vez, a informação foi ainda mais revolucionária. Milhões nos Estados Unidos ficaram pasmos ao saberem, entre outras informações chocantes, que mais de um século atrás, nas entradas das minas de Table Mountain, na Califórnia, ferramentas da era moderna, bem como ossadas humanas, foram encontradas em strata de pedras de idade entre 9 milhões e 55 milhões de anos.

D. Whitney era o geólogo oficial para o estado da Califórnia durante o tempo das descobertas extraordinárias. Ele reuniu e autenticou os achados de muitas décadas. Produzindo um relatório oficial e extenso intitulado “Auriferous Gravels of the Sierra Nevada of California”, Whitney defendeu convincentemente o caso do “Homem Terciário” – humanos existindo no período geológico de 65 milhões a 2 milhões de anos atrás.

Em 1879, no tempo da conclusão do relatório, o presidente da American Association for the Advancement of Science, O. C. Marsh, um paleontólogo proeminente em seu tempo, dirigiu-se à associação e deu seu veredito: “A prova oferecida pelo professor J. D. Whitney em seu trabalho recente é tão forte, e seu método cuidadoso e consciente de investigação, tão bem conhecido, que suas conclusões parecem irrefutáveis. A existência do homem no período Terciário, agora, parece bem estabelecida”.9

O cofundador da teoria da evolução, Alfred Russell Wallace, deu consideráveis créditos à documentação de Whitney dos artefatos de pedra e fósseis humanos encontrados nos pedregulhos com ouro da Califórnia. Alerta em relação ao filtro de conhecimento que começara a afligir o estudo das origens humanas, lamentou que evidências em favor de humanos anatomicamente modernos existentes no Terciário estivessem sob crescente “ataques com todas as armas da dúvida, da acusação e da ridicularização”.10 Perturbado diante da tendência, Wallace advertiu seus colegas cientistas:

A maneira apropriada de tratar evidências relativas à antiguidade do homem é registrá-las e admiti-las provisoriamente sempre que seriam consideradas adequadas no caso de outros animais; não, como é muito frequentemente o caso agora, ignorá-las como indignas de aceitação ou sujeitar seus descobridores a acusações indiscriminadas de serem impostores ou vítimas de impostores.11

Wallace estava descrevendo os eventos entre seus colegas no fim do século XIX. Conforme o século XX progride, entretanto, o Homem Terciário nem mesmo merece uma controvérsia. A abordagem da convenção social se tornou um vício – achados contrários e seus perpetradores foram silenciados.

Mais de cem anos depois dos esmerados esforços de J. D. Whitney para chamar a atenção de todos para artefatos humanos e ossadas humanas em camadas entre 9 e 55 milhões de anos de idade, seu trabalho foi esquecido, e referências ao mesmo em livros-textos se tornaram extintas. Embora a Universidade Harvard tenha publicado seu tratado em 1880, as implicações da evidência jamais foram abordadas ou continuadas pelos cientistas do século XX. Os artefatos ainda existem, no Phoebe Hearst Natural Museum, na Universidade da Califórnia, Berkeley. Quando preparando o documentário “Mysterious Origins of Man”o sistema televisivo nacional, um gigante dos Estados Unidos, tentou conseguir permissão para filmá-lo e veicular as imagens em sistema nacional. O museu se recusou.

Quando o documentário especial foi ao ar, os acadêmicos novamente se inflamaram. Protestaram dizendo que as informações foram apresentadas por pesquisadores que não tinham formação acadêmica em suas áreas de investigação, em virtude do que cientistas verdadeiros não podiam considerar com seriedade seus achados. Afinal, Michael Cremo estudara ciência política em seus dias de universidade, e, embora seu parceiro Richard Thompson tivesse um doutorado pela Universidade Cornell, era em matemática, e não em antropologia e paleontologia. Não obstante, esses dois pesquisadores independentes se uniram para produzir um robusto livro de 952 páginas, o agora famoso Forbidden Archaeology, expondo as imposições que impedem o conhecimento objetivo das origens da humanidade.

Depois da difusão televisiva nacional, uma chuva de cartas da comunidade acadêmica acusava os produtores do documentário de destruírem a inteligência da nação e propagar “falsa ciência”. A rede NBC, satisfeita com o sucesso da primeira exibição, reexibiu a produção mais tarde no mesmo ano. Desta vez, a academia mainstream se mobilizou com antecedência, chamando todos pela internet para a batalha. Dr. Jere H. Lipps, um paleontólogo da Universidade da Califórnia, incitou seus colegas: “Se estão preocupados com a ciência nos Estados Unidos, digam à sua estação local da NBC, à NBC nacional e a seus vários patrocinadores que somos contrários à exibição desse programa como ciência. Nosso país tem que se tornar inteligente, e podemos fazer a diferença!”.12

Dr. Allison R. Palmer, presidente do Institute for Cambrian Studies, que é especializado no período geológico de entre 570 e 500 milhões de anos atrás, voltou-se ao governo em busca de ajuda. Tentando pressionar a Comissão Federal de Comunicação, a agência norte-americana que confere licenças para as redes de televisão, ele exigiu: “No mínimo, a NBC deve ser solicitada a pedir desculpas em horário nobre para sua audiência por um período de tempo suficiente para que o público entenda claramente que foi enganado. Além disso, a NBC deve receber uma multa em um valor alto o bastante para que se possa estabelecer um grande fundo a ser utilizado no estabelecimento de educação científica pública”.13

Os produtores de “Mysterious Origins” calmamente lembraram os acadêmicos enfurecidos dos casos em que os pesquisadores tinham, sim, formação nos campos específicos em que atuavam e, ainda assim, tiveram um destino negro na academia.

Por exemplo, Dra. Virginia Steen McIntyre possui doutorado em geologia. Era parceira da United States Geology Survey quando fez seu trabalho de campo no México, e a National Science Foundation financiou sua pesquisa. Ela apresentou meticulosas conclusões sobre as avançadas ferramentas de pedra encontradas em Hueyatlaco. Ela datou as camadas contendo os implementos de 250.000 anos a.C. Ademais, dois outros membros academicamente certificados da United States Geology Survey, valendo-se de quatro diferentes métodos de datação, auxiliaram-na. O trabalho deles fez mais do que desafiar a história padrão do Novo Mundo proposta pela antropologia. Uma vez que humanos fabricadores de ferramentas não existiam na Terra antes de 100.000 anos atrás na África, os achados radicais também ameaçavam a história tradicional das origens humanas. O resultado? Apesar das impecáveis credenciais de McIntyre, seus achados foram ignorados, e sua carreira, arruinada.

O livro intransigente Forbidden Archaeology, bem como sua versão condensada, A História Secreta da Raça Humana, documentou cuidadosamente centenas de casos demonstrando que humanos como nós viveram na Terra por milhões de anos. Por exemplo, em 1979, no leste da África, o renomado arqueólogo Mary Leakey e sua equipe encontraram pegadas enterradas em depósitos de cinzas vulcânicas endurecidas datadas de 3,7 milhões de anos de idade. As pegadas descobertas em Laetoli, Tanzânia, são exatamente como aquelas que um homem moderno deixaria. Os cientistas nos dizem que as pegadas pertencem a homens-macacos que tinham pés como os nossos. “Pesquisadores alternativos” sarcásticos, entretanto, lembram ao público que os homens-macacos desse tempo tão distante, chamados australopitecos, tinham pés muito diferentes dos nossos. Deixando de lado todas as evasivas científicas, as únicas criaturas até então conhecidas que tinham pés como naquelas pegadas são humanos como nós. Contudo, lembremo-nos da história padrão: humanos como nós só vieram a existir por volta de 100.000 anos atrás.

Voltemos mais uma vez aos trabalhos geológicos esquecidos do século anterior. Em 1862, The Geologist, um periódico científico, documentou um esqueleto humano desenterrado de uma profundidade de 27 metros, no estado de Illinois.14 Mais de 60 centímetros de ardósia inteira cobriam diretamente o esqueleto. Novamente, um geólogo oficial lidou com o caso. Ele datou as camadas geológicas e concluiu que o esqueleto tinha 300 milhões de anos de idade. Pouco antes do achado de Illinois, em 1852, o periódico Scientific American – destacado desde então – reportou pedreiros encontrando algo bastante singular em Boston. Enquanto escavavam a fundação para uma construção, sob 5 metros de pedra sólida, encontraram um vaso metálico com temas florais de prata incrustados.15 Michael Cremo, coautor de Forbidden Archaeology, pesquisou em avaliações geológicas modernas para descobrir a idade da pedra contendo o vaso. A ciência contemporânea atribui àquela camada de pedra a idade de mais de 500 milhões de anos.

No capítulo 1, apresentamos a inquietante descoberta de que, pelo menos 800 mil anos atrás, humanos fabricadores de ferramentas viajaram por mar para a ilha de Flores, na Indonésia. Concepções anteriores sustentavam que humanos anatomicamente modernos haviam feito a mais antiga viagem transoceânica entre 40.000 e 60.000 anos atrás. A navegação e fabricação de barcos são frequentemente atribuídas a corpos de humanos modernos. Contudo, em vez de escolherem batizar o povo de Flores como Homo sapiens sapiens, os cientistas imediatamente os rotularam de Homo erectus, cuja anatomia é primitiva. Deste modo, drasticamente elevando as capacidades do Homo erectus, contornaram uma explicação que devastaria as concepções atuais da história humana.

Cremo dirigiu a atenção para essa manobra em seu discurso no World Archaeological Congress de janeiro de 1999. A fim de que ninguém pensasse que o problema do barco de Flores é uma ocorrência isolada, Cremo apresentou outros achados perturbadores.

Fêmures anatomicamente modernos, da mesma idade do Homem de Java, são uma evidência corroboradora. [Além disso,] em 1997, H. Thieme reportou avançadas lanças de caça de madeira em depósitos de carvão na Alemanha com idade de 400.000 anos. Lanças, em geral, são associadas com exclusividade a humanos anatomicamente modernos. Thieme escolheu elevar o status cultural do Homo erectus europeu, mas outra possibilidade é tê-los como humanos anatomicamente modernos. Descobertas de ossos humanos anatomicamente modernos por parte de Boucher de Perthes, em Abbeville, França, em depósitos com a mesma idade que as lanças alemãs, oferecem uma evidência corroboradora.16

Simpatizantes dos Vedas têm um bom posicionamento inicial para lidar com quaisquer revisões drásticas da saga padrão das origens humanas. As evidências que desafiadores trouxeram à tona são consistentes com as informações védicas. Se ao menos nossos indólogos soubessem!

Referências

  1. John Anthony West, Serpent in the Sky (Illinois: Quest Books, 1993), p. 186.
  2. Robert Schoch, Voices of the Rocks (Londres: Thorsons, 2000), p. 50.
  3. West, p. 226–27.
  4. Los Angeles Times, 23 de outubro de 1991.
  5. Boston Globe, 23 de outubro de 1991.
  6. Excertos do encontro AAAS citado em Graham Hancock, Fingerprints of the Gods (Londres: Mandarin, 1996), p. 447.
  7. Mystery of the Sphinx, NBC-TV, 1993.
  8. Uma manobra típica utilizada pelos egiptólogos mainstream contra Schoch é atacar seu trabalho como apresentado no vídeo popular The Mystery of the Sphinx em vez de como é apresentado em artigos técnicos. Por exemplo, vide Zahi Hass, The Secrets of the Sphinx: Restoration Past and Present (Cairo: American University in Cairo Press, 1998). Mark Lehner, James Harrell e K. Lal Gauri também tentaram contrariar o trabalho de Schoch. Um estudo independente realizado pelo geólogo David Coxill (“The Riddle of the Sphinx”, Journal of Ancient Egypt, primavera de 1998, p. 13–19) confirma as conclusões de Schoch.
  9. Michael Cremo e Richard Thompson, Hidden History of the Human Race (Califórnia: Govardhan Hill Publishing, 1994), p. 149.
  10. Ibid., p. 101.
  11. Ibid.
  12. Michael A. Cremo, Forbidden Archeology’s Impact (Los Angeles: Bhaktivedanta Book Publishing, 1998), p. 518.
  13. Ibid., p. 534.
  14. The Geologist 5 (1862): 470.
  15. Scientific American, 5 de junho de 1852.
  16. Michael Cremo, no resumo do ensaio “Forbidden Archaeology of the Early and Middle Pleistocene: Evidence for Physiologically and Culturally Advanced Humans”, apresentado no 4º World Archaeological Congress, Capetown, África do Sul, janeiro de 1999.
Fonte: https://voltaaosupremo.com/artigos/artigos/a-historia-oculta-da-humanidade/comment-page-1/#comment-5122


Livro Forbidden Archeology link:

https://www.amazon.com.br/Forbidden-Archeology-Unabridged-Michael-Cremo/dp/0892132949


Tradução em português e outras línguas.

Link do Livro em português: nos meus canais no SoundCloud e YouTube.  Entre em contato para receber o arquivo.

Hare Krishna 🙏🏼🌷🙏🏿





sábado, 18 de junho de 2022

As verdadeiras cidades perdidas na Amazônia

      AS VERDADEIRAS CIDADES PERDIDAS NA AMAZÔNIA

Live do canal do Pirulla com Reinaldo Lopes de 18 de junho de 2022.



" TODA FORMA SUFICIENTEMENTE AVANÇADA  DE INCOMPETÊNCIA É INDISTINGUÍVEL DA MALDADE. "


quarta-feira, 1 de junho de 2022

Leituras do Caitanya-caritāmrta

 Leituras do Caitanya-caritāmrta em audios no SoundCloud e YouTube 




Link com playlist completa no SoundCloud 👉🏿  Confira Rosana Rodrigues Freedman no #SoundCloud

https://on.soundcloud.com/2VNsjfWpzjfYd9NJ7

👉🏽  Ouça Caitanya-caritāmrta - áudios Vedas, uma playlist de Rosana Rodrigues Freedman no #SoundCloud https://on.soundcloud.com/jEzzHKBhMhWZbN719

Link com playlist completa no YouTube 👉🏽


👉🏿 https://youtube.com/playlist?list=PL0Kjt57TPViLaLx-fxcBjjMaF-SNLcyCQ


Caitanya-caritāmrta,  por Swami Krishnadas Kaviraji Goswami, com significados por sua divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada.


Recomendamos iniciar os estudos das Escrituras Sagradas Védicas pelo Bhagavad-gita Como Ele É original, que é considerado o resumo da essência dos Vedas. O B.G. é o estudo básico,  como se fosse a graduação nos Vedas.


Você pode encontrar os áudios das leituras do Bhagavad-gita na playlist do SoundCloud  a seguir:


👉🏼👉🏿 Ouça Leituras dos Vedas, uma playlist de Rosana Rodrigues Freedman no #SoundCloud https://on.soundcloud.com/oTa3vEjJpfEye5Zt6

https://soundcloud.app.goo.gl/GZzWd


Ou, se preferir, siga os vídeos pelo YouTube no link a seguir:


👉🏿👉🏼 https://youtube.com/playlist?list=PL0Kjt57TPViLoZ1nebWcDwiN-o2OWREuI


O Śrīmad Bhāgavatam é o comentário de Vyasadeva ao seu Vedanta Sutra, sendo considerado o estudo pós-graduado dos Vedas.  O S.B. consiste em 12 Cantos compostos por 19 livros, que são o resumo do Vedanta Sutra.


Você pode encontrar a playlist dos áudios e vídeos sobre o Śrīmad Bhāgavatam nas playlists a seguir:


SoundCloud 👉🏼👉🏿 Ouça Śrīmad Bhāgavatam, uma playlist de Rosana Rodrigues Freedman no #SoundCloud https://soundcloud.com/rosana-rodrigues-espaco-ponto-luz/sets/r-mad-bh-gavatam?ref=clipboard&p=a&c=1&utm_source=clipboard&utm_medium=text&utm_campaign=social_sharing


YouTube 👉🏿👉🏼https://youtube.com/playlist?list=PL0Kjt57TPViIdmXHXl1k6JeL4U39UZSip


Aconselhamos a leitura gradual seguindo Canto por Canto.


Após essas leituras pode-se prosseguir ao estudo dos 8 livros do Caitanya-caritāmrta, escrito por Swami Krishnadas Kaviraji Goswami,  que é a biografia autorizada de Śrī Caitanya Mahaprabhu, Krishna Caitanya. 


A playlist completa dos áudios do C.C. Caitanya-caritāmrta você encontra no link a seguir do SoundCloud👉🏼👉🏿

Ouça Caitanya-caritāmrta - áudios Vedas, uma playlist de Rosana Rodrigues Freedman no #SoundCloud

https://soundcloud.app.goo.gl/HpFfM



Os Vedas são as escrituras sagradas mais antigas da humanidade; imemoriais, datam de milhões de anos desde as eras Satya-yuga, Treta-yuga, Dvapara-yuga e foram compiladas nessa atual era de Kali-yuga,  há aproximadamente 5.122 anos, após o aparecimento do Senhor Krishna na Terra, a Suprema Personalidade de Deus. 


Mesmo que passemos toda a nossa vida, 24 horas lendo os livros védicos, será impossível ler todos os livros sagrados disponíveis e já traduzidos para cerca de 100 línguas.


Acesse os Vedas, o Conhecimento mais completo e perfeito acerca do Supremo Deus. Deus é um só. Ele já Se manifestou inúmeras vezes na Terra nessas quatro eras citadas. 


Uma dessas manifestações foi como o Senhor Krishna, 3 mil anos antes do Avatar Senhor Jesus Cristo,  reconhecido pelos Vedas e devotos vaishnavas como o filho de Deus, Krishna; o devoto mais perfeito que já existiu. 


A última manifestação de Deus foi sua vinda como Caitanya Mahaprabhu,  o Avatar Dourado, Gauranga (lê-se "Gouranga"), em 1486, quando assumiu a disposição de um devoto para nos ensinar como ser um devoto, nesse final de Era de Kali-yuga, era das desavenças e hipocrisias.


Avançar nossos conhecimentos teológicos,  progredindo dos livros da Bíblia, Al Corão, Kardecismo, Cabala etc. para os livros mais antigos da humanidade é usar nossa mente e inteligência para termos um relacionamento amoroso direto e próximo com Deus, ouvindo diretamente Dele - e não de homens - todas as orientações e explicações sobre a vida, morte, Universos material e espiritual, Criação dos Universos, da Terra, das 8.300.000 espécies de seres vivos, de onde viemos e para onde vamos etc.etc.etc. porque estamos neste plano e o que devemos fazer para Voltar ao Supremo Deus, saindo desse plano de ilusões materiais.


Áudios completos sobre vários assuntos no Canal do SoundCloud ou Canal do YouTube:


👉🏼👉🏿Confira Rosana Rodrigues Freedman no #SoundCloud

https://soundcloud.app.goo.gl/CJrY2


👉🏿👉🏼https://youtube.com/user/RosanaSoprano


Bhaja nitai-gaura!

Hare Krishna!🙏🏻💙🙏🏿

Entenda a questão do termo "Hinduísmo" ( existem audios no SoundCloud, YouTube e Blog)

HINDUÍSMO OU HINDUÍSMOS? - UMA INTRODUÇÃO*

por Lúcio Valera (Lokasākṣī Dāsa)


Radha Krishna - Deidades da África do Sul 



ekaṁ sad viprā bahudhā vadanti 
“Um é o real, mas os sábios falam sobre ele de muitas formas” (Ṛg Veda, 1.164.46).

Podemos definir o Hinduísmo não como a religião da Índia, mas sim como o conglomerado de tradições religiosas que se identificam com as diferentes matrizes de escrituras védicas[1]. Isso incluiria a maioria da população da Índia e do Nepal, bem como os membros de comunidades espalhadas pelo mundo, que se identificam como ‘hindus’ ou com outras denominações relacionadas, como ‘vaiṣṇavas’, ‘śaivas’, ‘smartas’, etc. 

Mas, há religiões autóctones da Índia – como o Budismo, Jainismo e o Siquísmo –, ou que ali se estabeleceram – como os Parses (Zoroastrismo) – que não podem ser classificadas dentro do conceito amplo do Hinduísmo, por não seguirem ou, de alguma forma, contestarem a autoridade das escrituras védicas (Resnick, 2009, p. 321). 

Contudo, as denominações ‘Hinduísmo’ e ‘hindu’ não são nativas da Índia, elas foram inicialmente utilizadas por estrangeiros. Gavin Flood explica que: 

“O termo ‘hindu’ primeiramente foi usado como um termo geográfico persa que indicava as pessoas que viviam do outro lado do rio Indus (Sânscrito: sindhu). Em textos árabes, Al-hind é um termo usado para as pessoas da Índia contemporânea e ‘hindu’, ou ‘hindoo’, era utilizado nos fins do século XVIII pelos britânicos para indicar o povo do ‘Hindustão’, a área da Índia setentrional. Eventualmente ‘hindu’ tornou-se praticamente equivalente a um ‘indiano’ que não era muçulmano, sique, jaina ou cristão. O ‘-ismo’ foi acrescentado ao ‘hindu’, por volta de 1830, para indicar a cultura e religião dos brâmanes de alta casta em contraste com as outras religiões e o termo logo foi apropriado pelos próprios indianos no contexto de estabelecer uma identidade nacional em oposição ao colonialismo. Ainda que, desde o século XVI, o termo ‘hindu’ tenha sido utilizado, em textos hagiográficos sânscritos e bengalis, em contraste com ‘yavana’ ou muçulmano” (Flood, 2005, p. 6). 

Algumas tradições ortodoxas bem como modernas do que nos é conhecido como Hinduísmo, independentemente de sua denominação, às vezes, preferem identificar Hinduísmo com Sanātana-Dharma (a religião ou dever eterno) ou Vaidika Dharma (a religião dos Vedas). 

SANĀTANA DHARMA E A PLURALIDADE DAS TRADIÇÕES DO HINDUÍSMO

Gavin Flood questiona o fato de que quando falamos sobre o Hinduísmo estaríamos lidando com uma única religião, cuja essência se manifesta em formas diferentes. Ou seria o Hinduísmo uma diversidade de tradições distintas que partilham de certos traços comuns com nenhum traço único sendo partilhado por todas elas? Ou estaríamos lidando com uma realidade cultural fragmentada de crenças e práticas variadas, erroneamente classificadas como uma única religião? (Flood, 2005, p. 1). 

Na realidade, constata-se que não há apenas um tipo de Hinduísmo, mas sim vários Hinduísmos. Para Angelika Malinar “o conceito ‘Hinduísmo’, como categoria teológica ou científico-religiosa não está assegurado, pois não se encontra presente nos textos clássicos e tradições considerados testemunhos dessa religião” (Malinar, 1995, p.16). Malinar também pondera sobre a dificuldade de se explicar e compreender o Hinduísmo, pois: 

“Quando queremos falar da religião na Índia nos deparamos com tradições que são explicadas por uma conceituação filosófico-teológica diferente”. Para ela “a grande variedade de tradições religiosas e de sistemas teológicos torna difícil uma apresentação sistemática” (Malinar, 1995, p.16). 

Quanto à questão da identidade das tradições hindus, Paul Hacker critica a pretensa ‘unidade do Hinduísmo’. Para ele, “[...] a unidade do Hinduísmo é um postulado moderno, um produto do Neo-Hinduísmo. Ela é ‘inspirada essencialmente por apologias e nacionalismos’ proclamadas pelos ‘líderes do Neo-Hinduísmo’ e adotada até certo grau fora da Índia. Na verdade, a unidade do Hinduísmo tradicional é só uma unidade geográfica; e o próprio Hinduísmo equivale basicamente a um grupo de religiões que coexistem na mesma região geográfica e exibem várias características em comum, mas com muito mais sinais de divisão e antagonismo” (Halbfass, 1995, p. 12). 

Apesar do Neo-Hinduísmo[2] não ser um sistema de pensamento unificado, ele nos dá a ideia de que a verdadeira natureza do Hinduísmo seria o ‘universalismo’ ou o ‘ecletismo radical’[3]. O Hinduísmo tomado como um todo pode ser observado em “duas formas de pensar, a neo-hinduísta e a tradicionalista”. Paul Hacker esclarece ainda mais: 

“Utilizei o termo ‘formas de pensar’. Na verdade, o Neo-Hinduísmo e o Hinduísmo tradicionalista não são sistemas precisos, mas sim duas atitudes mentais distintas. Pode até mesmo acontecer que uma mesma pessoa combine os elementos das duas formas de pensar. 

O Hinduísmo tradicional assimila e absorve elementos externos de uma forma bem diferente do Neo-Hinduísmo. Diferentemente deste ele mantém uma continuidade viva com o passado. Mesmo no passado, grupos hindus já absorviam elementos do estrangeiro. Eles certamente mudaram a aparência da religião desses grupos. Mas ao mesmo tempo as maiorias de seus antigos valores se mantinham vivos como antes” (Hacker, 1995, p. 232). 

Hacker afirma que o pensamento neo-hindu recebeu influência do Ocidente e que seus seguidores se caracterizam como tal pelo fato de “[...] sua formação intelectual ser principalmente ou predominantemente ocidental. É a cultura europeia, e em muitos casos até mesmo a religião cristã, que os levaram a adotar determinados valores religiosos, éticos, sociais e políticos. Mas, depois eles articularam esses valores como sendo parte da tradição hindu” (Hacker, 1995, p. 231). 

Podemos identificar suas origens no Brahma Samaj de Ram Mohan Roy, o seu fortalecimento no Neo-vedānta de Vivekananda e a conquista de sua respeitabilidade em Radhakrisnam e em outros acadêmicos neo-hindus. Sua influência também pode ser encontrada em Gandhi, Rabindranath Tagore, Sri Aurobindo e outros. 

Pode-se constatar que há uma distinção bem clara entre os Hinduísmos tradicionais e o Neo-Hinduísmo. Os primeiros não aceitam serem rotulados como Hinduísmo, mas sim a designação de sua própria tradição. Para eles não há ‘um Hinduísmo’, mas sim ‘vários Hinduísmos’. Portanto, teologicamente falando, eles seriam vaiṣṇavas, śaivas, śāktas ou smārtas, mas não ‘hindus’[4]. 

Os neo-hindus, contudo, enfatizam que a unidade filosófica e teológica do Sanātana Dharma só pode ser encontrada em um Hinduísmo unificado e não sectário (que na verdade seria o Neo-Hinduísmo). Eles aceitam se identificar com o Hinduísmo sem qualquer dificuldade. Segundo Hacker: 

“O Neo-Hinduísmo de fato afirma ser o Hinduísmo. Mas é um Hinduísmo singular. Sua identidade substancial com o Hinduísmo antigo é questionável. Até mesmo compará-lo com as características gerais do renascimento europeu é questionável. Poderíamos dizer que como sinônimo para ‘neo-hindu’ utilizo às vezes a palavra ‘modernista’. Essa palavra também tem o sentido do prefixo ‘neo’”(Hacker, 1995, p. 230). 

TRADIÇÕES VÉDICAS DOS NIGAMAS: ŚRUTIS E SMṚTIS

A palavra veda significa conhecimento e o Veda é considerado, pela tradição hindu, como não tendo origem, nem autor (apauruṣeya), ou como uma revelação de Deus (Flood, 1996, p. 35). Pedra fundamental da civilização indiana e a personificação das regras ou leis que regem todo o universo (ṛta), eles são relatos do que foi ‘visto’ pelos ṛṣis ou, os mais bem-dotados poetas, videntes e profetas da civilização. 

Segundo Gavin Flood, “o termo veda é utilizado em dois sentidos. Ele é sinônimo de ‘revelação’ (śruti), que foi ‘ouvido’ pelos sábios, e então pode denotar todo o corpo de textos revelados, mas é também utilizado com um sentido restrito para se referir às camadas mais antigas de literatura védica” (Flood, 1996, p. 36). 

Mas, como há outras categorias de escrituras reveladas entre os hindus, que existem paralelamente com a tradição védica arcaica dos śruti e suas literaturas complementares adotaremos a denominação de Nigamas[5] para a literatura védica e de Āgamas para essas outras revelações, aparentemente mais recentes, que são utilizadas também como autoridade nas tradições religiosas do Hinduísmo. 

Smārtismo, juntamente como o Vaiṣṇavismo, Śaivismo e Śāktismo, constitui uma das quatro grandes divisões do Hinduísmo tradicional. Os termos Smārtismo e smārta (que indica os seus seguidores) vem da palavra smṛti (memória) que significa princípios de conduta e deveres evocados e derivados dos Śrutis ou textos do conhecimento revelado nos Vedas. Mas o éthos e a classificação do Smārtismo não podem se confinar apenas à comunidade dos brāhmaṇas smārtas,[6] com quem é frequentemente identificado. 

Apesar de não haver nele nenhuma divisão formal, ou escolas oficialmente reconhecidas, podemos observar algumas particularidades distintivas que constatam a existência de diferentes enfoques no Smārtismo. 

A razão dessa variedade se deve ao fato de os Vedas tratarem de uma gama extensa de conhecimentos, como o conhecimento sobre a ação ritual (karma), que permite ao indivíduo uma vivência melhor dentro do mundo material (karma-kāṇḍa); o conhecimento da reflexão filosófica, que permite a libertação da existência material (jñāna-kāṇḍa); e o conhecimento da meditação correta (upasana-kāṇḍa), que situa a pessoa em uma relação com a Divindade. 

De uma forma geral, o Smartismo é seguido por aqueles que acreditam na autoridade dos Vedas bem como nas premissas básicas dos Dharma-śāstras, Purāṇas e Itihāsas. Podemos também constatar que somente os membros das três classes superiores se identificam com o Smartismo, considerando-o com sua tradição ou linhagem familiar (gotra). Essa tradição, apesar de ser minoria dentro do Hinduísmo, ainda é praticada na Índia dentro do contexto hereditário das famílias das castas superiores. 

Quando a ortodoxia do Brāhmaṇismo Smārta foi impugnada pelas tradições heterodoxas, como o Budismo e o Jainismo, que contestavam a própria ideia de sacralidade e validade dos Vedas e dos sacrifícios e princípios védicos (Flood, 2003, p.5), os sacrifícios (yajñas) védicos começaram a perder sua importância. 

Consequentemente, a degeneração das tradições védicas milenares acarretou o surgimento de cultos violentos e seitas imorais, algumas em nome de Śiva e Śakti, que se digladiavam em busca de supremacia uma sobre as outras. Foi no contexto desse período turbulento, no século IX d.C., que o grande filósofo Śaṅkara apareceu e reformou a tradição védica smārta. 

Śaṅkara, para consolidar as diferentes tradições religiosas de origem védica, propagou o Vedānta Advaita por toda a Índia, desenvolvendo um Hinduísmo védico monista e eclético. Isto ele fez escrevendo extensos comentários sobre as Upaniṣads, o Brahma-sūtra e a Bhagavad-gītā, além de sistematizar o conhecimento das antigas tradições proto-hinduístas e agâmicas dos vaiṣṇavas, śaivas e śāktas, nos termos e sua filosofia vedānta advaita. 

Sendo considerada como o Hinduísmo resultante da reforma do Brāhmanismo arcaico, a tradição Smārta (smārta sampradāya) assume uma postura liberal ou não sectária, pois aceita todas as principais deidades hindus, sem priorizar nenhuma delas, como sendo todas elas apenas formas manifestas e temporárias de uma realidade que as transcende, que é o Brahman único (eka), eterno (nitya), sem qualidades (nirguṇa) e não manifesto (avyakta). Isso contrasta com o ensinamento das outras três grandes tradições do Hinduísmos, onde há identidade entre a divindade prioritária e Brahman, que concilia em seu ser as diferenças intrínsecas sem perder a plenitude. 

O Vaiṣṇavismo considera Viṣṇu, ou Kṛṣṇa, como a Divindade suprema eterna e capaz de conceder a libertação última (mokṣa) para a humanidade. Similarmente, muitos śaivas têm crenças similares sobre Śiva, e outros acreditam que a adoração da Śakti leva à obtenção de Śiva, que para os Śāktas é o Absoluto impessoal. No Śāktisno dá-se ênfase no feminino manifesto, pelo qual Śiva, o masculino não manifesto, pode ser realizado. 

Unificando a adoração e popularizando o conceito das cinco deidades védicas – Ganeśa, Sūrya, Viṣṇu, Śiva e Śakti –, ao qual se acrescentou mais outra, Kumāra, os smārtas desenvolveram um tipo de adoração conhecido como Pañcāyatana-pūjā. Dentre essas deidades, os devotos podem escolher sua ‘deidade preferida’ (iṣṭha-devatā). Cada deus é nada mais que um reflexo de um único Absoluto impessoal (saguṇa brahman). 

Os smārtas, assim como muitos śaivas e vaiṣṇavas, consideram Sūrya como um aspecto da Divindade. Nisso muitos śaivas e vaiṣṇavas diferem dos smartas, pois consideram que Sūrya é apenas um aspecto de Śiva e Viṣṇu, respectivamente. Por exemplo, para os vaiṣṇavas o nome da deidade do sol é Sūrya Nārāyaṇa, enquanto que na teologia śaiva afirma-se que o sol é uma das oito formas de Śiva, o aṣṭamūrti.[7] Da mesma forma, muitos śaivas consideram Gaṇeśa e Skanda como aspectos de Śakti e Śiva, respectivamente. 

A tradição smārta de Śaṅkara é um desenvolvimento relativamente novo no Hinduísmo. Muito hindus, inclusive os neo-hindus, talvez não se identifiquem estritamente como os smārtas, mas, por aceitarem os princípios do Vedānta Advaita, como fundamento do universalismo não sectário, podem ser considerados como seus seguidores indiretos. 

Entretanto, outras tradições contestam essa noção de que a supremacia de uma Divindade impessoal seja a única base para o não sectarismo. Essas controvérsias, sobre a natureza e identidade do Absoluto, sempre estiveram em pauta na história da filosofia e da religião na Índia. 

TRADIÇÕES TÂNTRICAS DOS ĀGAMAS: VAIṢṆAVISMO , ŚAIVISMO E ŚĀKTISMO

A palavra āgama vêm da raiz verbal gam, ‘ir’, mais a preposição ‘ā’, ‘em direção a’, e se refere às escrituras como ‘aquilo que conduz’ (Grimes, 1996, p.14) e tem sido utilizada para indicar a tradição continuamente transmitida de mestre para discípulo. Os Āgamas, que são considerados tão importantes quanto os Nigamas, são classes de literaturas sagradas que estabelecem as crenças e práticas relacionadas com Viṣṇu, Śiva e Śakti [8]. Elas lidam com o conceito da Divindade, a disciplina da vida religiosa, os modos de adoração, a construção de templos e monastérios, a consagração de imagens, yoga, cosmologia e filosofia (Vivekjivandas, 2010, p. 102). Os termos saṁhitā e tantra geralmente são utilizados como sinônimos de āgama. 

Os Āgamas prescrevem a adoração exclusiva de uma deidade em particular, Viṣṇu, Śiva e Śakti, e por isso recebem a denominação de Āgamas vaiṣṇavas, śaivas e śāktas, respectivamente. Podemos então constatar que, com exceção do Smārtismo – que se baseia fundamentalmente nos Nigamas –, as principais religiões do Hinduísmo tradicional baseiam fundamentalmente as suas doutrinas e rituais nos seus respectivos Āgamas, sem, contudo, rejeitar as raízes e autoridade dos Vedas. Esse é o caso das tradições do Vaiṣṇavismo, Śaivismo e Śāktismo. 

A palavra vaiṣṇava indica um adorador de Viṣṇu ou de suas numerosas manifestações.[9] Viṣṇu é uma das principais deidades védicas e também é conhecido pelos nomes de Nārāyaṇa, Vāsudeva ou Puruṣottama. O Vaiṣṇavismo forma a maior de todas as denominações teístas do Hinduísmo. Por teísmo queremos indicar a ideia de um Deus supremo e distinto (ou uma deusa, no caso do Śāktismo) que é o criador, mantenedor e destruidor do Universo, e que tem o poder de salvar as pessoas do ciclo de nascimentos e mortes, concedendo a salvação por sua graça (Vivekjivandas, 2010, p. 162-163). Entretanto, não devemos confundir superficialmente o conceito de graça vaiṣṇava com o conceito cristão da graça eficaz ou gratuita[10]. 

O Vaiṣṇavismo tem Viṣṇu, em suas diferentes formas, como o objeto supremo de devoção e como Divindade suprema, dotada de opulências e atributos infinitos. Segundo Srinivasa Chari, o Vaiṣṇavismo é: 

“[...] um sistema monoteísta que se baseia na teoria de que Viṣṇu é a Realidade última, a Deidade suprema (paratattva) e idêntico ao Brahman das Upaniṣads. Ele acredita que a adoração exclusiva e devotada de Viṣṇu levará à obtenção da meta espiritual mais elevada. E também enfatiza a observância de uma forma de vida ética e religiosa com o propósito da realização de Viṣṇu” (Chari, 2005, p. xxvi). 

Um dos traços característicos e determinantes do Vaiṣṇavismo é o conceito de avatāra,[11] onde o ‘aparecimento’ ou ‘descida’ da Divindade está inserido no contexto da sua função como mantenedor do dharma, ou seja, da ordem ou princípios que mantém a criação; função que é exercida por Viṣṇu. Na Bhagavad-gītā, Kṛṣṇa fala sobre as razões de sua descida: “De fato, sempre que há um declínio do dharma, ó Filho de Bharata, e surgimento do seu oposto, nesse momento eu me manifesto”[12]. Kṛṣṇa também descreve o propósito de tal manifestação: “Em me manifesto de tempos em tempos para a proteção dos virtuosos e destruição dos malfeitores e para o estabelecimento do dharma”[13]. 

Há referências a Viṣṇu e Nārāyaṇa nas literaturas védicas, inclusive no Ṛg Veda (Bhandarkar, 1965, p. 33). Uma das estrofes mais famosas do Ṛg Veda descreve que “os sábios sempre meditam na morada suprema de Viṣṇu, assim como os olhos se fixam no céu”.[14] Em alguns dos Brāhmaṇas, Āraṇyakas e Upaniṣads e proeminentemente em Purāṇas como o Viṣṇu, Bhāgavata, Matsya e Varaha Purāṇas, há descrições de Viṣṇu como o Ser supremo (Chatterjee, 1993, p. 5-6). Segundo relatos históricos, as escolas Pāñcarātra e Bhāgavata do Vaiṣṇavismo já eram bastante populares séculos antes da era cristã (Bashan, 1982, p. 331-332). 

O Vaiṣṇavismo teria surgido da integração de várias tradições individuais de fé, como as dos Vāsudeva-Kṛṣṇa, Kṛṣṇa-Gopāla, Sātvatas e Bhāgavatas (Vivekjivandas, 2010, p. 163). O Vaiṣṇavismo foi popularizado pelos Ālvārs, os doze poetas santos do Sul da Índia, que viveram entre os séculos VI e IX d.C. Eles compunham e cantavam com intensa devoção as canções em tâmil glorificando Bhagavān Viṣṇu ou Nārāyaṇa e sua consorte, Lakṣmī, bem como Rāma e Kṛṣṇa. Eles conseguiram atrair pessoas de todas as classes sociais, pois pertenciam a diferentes camadas sociais (Vivekjivandas, 2010, p. 163). 

Logo depois, as diferentes tradições (sampradāyas) do Vaiṣṇavismo tiveram suas bases filosóficas e teológicas sistematizadas pelos cinco grandes ācāryas (mestres) vaiṣṇavas de acordo como diferente hermenêuticas do Vedānta: (1) Rāmānuja (1017-1137 d.C.), e sua filosofia viśiṣṭādvaita, ‘não dualismo qualificado’; (2) Madhva (1238-1317 d.C.) e sua filosofia dvaita, ‘dualismo puro’; (3) Nimbārka (1125-1162 d.C.), e sua filosofia svābhāvika-dvaitādvaita, ‘dualismo e não dualismo inerente’; (4) Vallabha (1473-1531 d.C.), e sua filosofia śuddhādvaita, ‘não dualismo puro’; e (5) Caitanya Mahāprabhu (1486-1533 d.C.), e sua filosofia acintya-bhedābheda, ‘dualismo e não dualismo inconcebível’. 

As diferentes escolas teológicas do Vaiṣṇavismo, mesmo tendo conceitos filosóficos e religiosos particulares, partilham de princípios fundamentais comuns, tais como: (1) Paramātmā (o ‘si mesmo’ supremo) ou Parameśvara (o Senhor supremo), que é conhecido como Viṣṇu, Nārāyaṇa, Vāsudeva, Nṛsiṁha, Rāma ou Kṛṣṇa, é a Pessoa Suprema (puruṣottama); (2) ele possui qualidades (saguṇa) e forma (sākāra); (3) ele, e unicamente ele, é a causa de todas as causas, inclusive da manifestação, manutenção e destruição do universo; e (4) ele se revela por meio de encarnações (avatāras), escrituras sagradas (śāstras), deidades (mūrtis) nos templos e mestres (gurus) autorrealizados. 

Esses princípios são encontrados principalmente nos Pāñcarātras Samhitās, mais conhecidos como Āgamas ou Tantras vaiṣṇavas. Além disso, o Vaiṣṇavismo também se baseia nos Vedas, Purāṇas (principalmente o Bhāgavata e o Viṣṇu Purāṇas) e Mahābhārata (incluindo a Bhagavad-gītā). O caminho de devoção (bhakti), herdado das primeiras tradições devocionais e propagado em comum pelos cinco grandes ācāryas vaiṣṇavas, enfatiza prapatti, rendição integral que conduz diretamente a Viṣṇu, suas manifestações ou avatāras. 

A segunda grande tradição do Hinduísmo de origem tântrica é o Śaivismo que segue os ensinamentos de Śiva (śivāśāsana), enquanto divindade suprema. Essa tradição tem como foco a adoração de Śiva[15] e sua consorte, considerada sua śakti, ou potência (Flood, 1996, p. 149). A adoração de Śiva é uma tradição pan-hindu, praticada por toda a Índia, Sri Lanka e Nepal (Flood, 1996, p. 17; 149). Também podem ser encontrados vestígios da adoração de Śiva em Java, Bali e outras regiões bem distantes da Índia. Gavin Flood afirma que “a formação das tradições Śaivas como as compreendemos começou a acontecer de 200 a.C. até 100 d. C.” (Flood, 2005, p. 205). 

Apesar do Śaivismo ter se espalhado por todo o subcontinente da Índia, ele adquiriu formas e nomes próprios segundo as tradições regionais. No Śaivismo da Caxemira ele adquiriu características monistas singulares onde se aceita a identidade entre a Divindade (pati), isto é, Śiva, a alma individual (paśu) e o mundo (pāśa). Śiva é imanente e transcendente, e executa por meio de sua śakti as cinco ações de criação, preservação, destruição, revelação e ocultação. O Śaivismo da Caxemira, ou Śivādvaita, inclui tanto o conhecimento (jñāna) como a devoção (bhakti) como sādhanas (disciplina ou prática) para realizar a identidade da alma com Śiva (Encyclopedia of Hinduism, Vol. IX, p. 182). 

Além do Śaivismo da Caxemira podemos ainda mencionar outras tradições śaivas tais como a tradição Nakulīśa ou Lakulīśa-pāśupatam no Gujarat; a tradição Kālamukha[16], também denominada Vira-śaivismo ou Liṅgāyata em Karnataka; a tradição Śaiva Siddhānta em Tamil Nadu. Esta última diferentemente da tradição da Caxemira desenvolveu um sistema dualista. 

Além dos Āgamas, todas as seitas do Śaivismo, sejam elas do Norte ou do Sul da Índia, aceitam os Vedas como seus textos canônicos. Ambos são aceitos como afirmações de Śiva. Os Vedas considerados de natureza geral e os Āgamas de natureza específica (Encyclopedia of Hinduism, Vol. IX, p. 66). 

A terceira grande tradição do Hinduísmo de origem agâmica é o Śāktismo. O Śāktismo considera Devī, ‘a Deusa’, como o Brahman Supremo, o ‘um sem um segundo’, e todas as outras formas da divindade, femininas ou masculinas, como sendo meramente suas diferentes manifestações. Nos detalhes de sua filosofia e prática, o Śāktismo lembra em muito o Śaivismo. 

Contudo, os seguidores do Śāktismo, focam a maior parte de sua adoração na śakti, como o aspecto feminino dinâmico da Divindade Suprema. Śiva, o aspecto masculino da divindade, é apenas uma entidade transcendente, cuja adoração é relegada a um papel auxiliar (Subramuniyaswami, 1999, p. 1211). 

O Śāktismo engloba uma infinidade de práticas, desde as encontradas de modo incipiente no animismo primitivo até às formas derivadas das especulações filosóficas que visam o acesso ao poder ou à energia da śakti divina. Suas principais escolas são Śrī-kula, ‘família de Śrī’, mais forte no Sul da Índia, e a Kālī-kula, ‘família de Kālī’, que prevalece no Norte e Leste da Índia. 

A Deusa Devī concede tanto a libertação espiritual (mukti) como o desfrute material (bhukti). A meta última do Śāktismo é mokṣa, definido como identificação completa com a divindade de Śakti, que é adorada como Pārvatī, Durgā, Kālī, Amma, etc. Sua meta secundária é a execução de ações piedosas e desinteressadas, pois estas garantem, após a morte, entrar no paraíso celestial, bem como, quando do retorno à Terra, obter um bom nascimento. 

O Śāktismo, da mesma forma que o Śaivismo, utiliza como disciplina espiritual (sādhana) os princípios do tantra. Esse tantra, baseando-se no princípio arcaico da conciliação dos opostos aparentes – masculino e feminino, prazer e dor, causa e efeito, corpo e mente etc. –, aceita o corpo com um templo da Divindade e utiliza várias técnicas de purificação e transformação. Nos seus rituais e visualizações, utiliza mantras[17], mudrās, ‘gestos manuais’[18] e yantras, ‘figuras geométricos’[19]. Mas diferentemente do Śaivismo, o Śāktismo dá mais ênfase na potência (śakti) da Divindade onde se manifesta seu Ser e Consciência. Isto é, o feminino manifesto do engloba o masculino não manifesto. 

CONCLUSÃO

Muitos afirmam que o Hinduísmo não é uma religião, mas sim um “modo integral de vida”, cujos preceitos cobrem uma vasta extensão de atividades humanas, fora do alcance da maioria das religiões modernas. A complexidade das tradições do hinduísmo, de suas visões aparentemente conflitantes, portanto, nos impede de ter e fornecer uma visão panorâmica genuína do universo religioso e cultural que é o Hinduísmo. Com o acréscimo de nossos preconceitos acabamos gerando uma compreensão precária da sua realidade. 

Contudo, podemos constatar a existência de uma realidade universal, atemporal e transcultural que tem conduzido o Hinduísmo em sua evolução histórica, sempre numa dimensão conciliatória de sintetize, onde, apesar de transformações conjunturais sempre ocorrer, a essência sempre se mantém. 

Também o respeito pela pluralidade, não constitui apenas um princípio de tolerância, mas sim uma apreciação genuína pela forma com que a jornada humana pode ser feita em diferentes caminhos, e da melhor maneira, se for conduzida com consciência e exercício da liberdade. 

NOTAS:

* Texto adaptado de: “A mística devocional (bhakti) como experiência estética (rasa): Um estudo do Bhakti-rasāmṛta-sindhu de Rūpa Gosvāmī” / Lucio Valera. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Instituto de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião, 2015. 

[1] Os Vedas, como literatura e tradição oral, são as mais antigas escrituras da Índia, senão da humanidade, que foram reveladas aos ṛṣis (sábios ou videntes). Eles são hinários que são subsidiados e complementados por um rico sistema ritualístico (constituído dos Brāhmaṇas e Araṇyakas) e metafísico (constituído das Upaniṣads), bem como por apêndices de ciências védicas (Vedāṅgas e Upavedas). Como escrituras védicas, estaremos indicando, primariamente, a matriz de escrituras védicas, acima descrita, que denominaremos Nigamas, e secundariamente todas as outras literaturas canônicas e os tratados filosófico teológicos, que se baseiam nas escrituras conhecidas como Āgamas (ou Tantras), ou na síntese do Nigama com o Āgama. Nessa segunda matriz, portanto inclui-se os Smṛtis (como os Gṛhya e Dharma Śāstras), os Purāṇas, o Mahābhārata (que inclui a Bhagavad-Gītā), o Ramāyāna e os Darśanas (escolas de pensamento). 

[2] O termo ‘neo-Hinduísmo’, como foi utilizado por Paul Hacker, refere-se à interpretação do Hinduísmo, por hindus em resposta aos interesses do Ocidente não-hindu, e usando a terminologia e as suposições do Ocidente. Por exemplo, Hacker afirma que Willian James influenciou Radhakrishnan, e Vivekananda foi influenciado por Paul Deussen, um discípulo de Schopenhauer. Hacker contrasta o Neo-hinduísmo com o ‘Hinduísmo tradicional sobrevivente’, que se opõe a qualquer interpretação ocidental do Hinduísmo (Halbfass, 1995, p. 232). 

[3] O universalismo hindu adota a ideologia eclética de que todas as religiões são verdadeiras e dignas de tolerância e respeito, e foi provavelmente influenciado pelo ‘Unitarismo’ protestante, que é uma das tendências religiosa mais tolerante e liberal do mundo moderno (Abbagnano, 1982, p. 943). 

[4] Certamente podemos constatar que na Índia a maioria hindu da população se identifica como ‘hindus’. Mas isso se deve mais às razões culturais, éticas ou políticas. Pois com a emergência do nacionalismo hindu (Hindutva), as religiões hindus uniram-se ecumenicamente para salvaguardar suas identidades. 

[5] Outro nome dos Vedas, ou Śrutis e Smṛtis védicos. 

[6] Um brāhmaṇa smārta, ou seguidor da lei tradicional, é aquele que além de pertencer à casta dos brāhmaṇas, é um seguidor estrito das injunções dos Vedas e das escrituras (śāstras) que neles se baseiam (Encyclopedia of Hinduism 2010, Vol. IX, p. 551). Além disso, a estratificação social tradicional da Índia, além dos brāhmaṇa, também inclui mais três divisões: os ksatriyas (governantes), os vaisyas (comerciantes e agricultores) e os sudras (servos e operários). Estes últimos, entretanto, não recebem iniciação védica. 

[7] Aṣṭamūrti (Encyclopedia of Hinduism, 2010, Vol. I, p. 483). 

[8] Também podemos encontrar textos denominados āgamas no Budismo e Jainismo. 

[9] Essa definição é encontrada no Padma Purāṇa (Patala Khaṇḍa, 30.14.2): vaiṣṇavo viṣṇu sevaka, “quem serve a Viṣṇu é um vaiṣṇava”. Uma análise etimológica da palavra Viṣṇu pode ser encontrada em GONDA, J. Aspects of Early Visnuism. Utrecht: Oosthoek, 1954, p. 54-55. 

[10] Na doutrina cristã há o conceito de ‘graça eficaz’, que é o dom gratuito concedido por Deus cujos efeitos são infalíveis. Distingue-se da ‘graça suficiente’ que necessita da colaboração da liberdade humana, do livre arbítrio (Schlesinger, 1995, p. 1187). Essa discussão também pode ser encontra no Śrī-vaiṣṇavismo do filósofo Rāmanuja entre os conceitos de nirhetuka-kṛpa ‘graça incondicional’ e sahetuka-kṛpa ‘graça em resposta a uma boa ação feita pelo devoto’ (Chari, 1994, p. 278-279. 

[11] A palavra avatāra, segundo Pāṇini (III.3.120), tem o sentido de ‘descida’, indicando a manifestação da Divindade ou de um ser divino na Terra (Stutley, 1977, p. 32). 

[12] Yadā yadā hi dharmasya glānir bhavati bhārata, abhyutthānam adharmasya tad ātmānaṁ sṛjāmy aham (Bg, 4.7; Prabhupāda, 1994, p. 215). 

[13] Paritrāṇāya sādhūnāṁ vināśāya ca duṣkṛtām, dharma-saṁsthāpanārthāya saṁbhavāmi yuge yuge (Bg, 4.8; Prabhupāda, 1994, p. 217). 

[14] Tad viṣṇoḥ paramaṁ padaṁ sadā paśyanti sūrayaḥ, divīva cakṣur ātatam (RV, 1.22.20; Sarasvatī, 1987, Vol. II, p. 58). 

[15] A palavra sânscrita śiva é um adjetivo que significa ‘bondoso’, ‘amistoso’, ‘auspicioso’, ‘gracioso’ e ‘auspicioso’ (Apte, 1965, p. 919). 

[16] A seita dos Kālāmukhas, que prevaleceu na área de fala Kannada do Sul da Índia, adotava práticas muito austeras e muita polêmica foi gerada sobre ela. 

[17] Mantras: “formula que compreende palavras e sons com poder mágico ou divino” (Stutley, 1977, p. 180). 

[18] Mudrās são gestos físicos, mentais e psíquicos utilizados no yoga, na dança e no culto. 

[19] Yantras: “diagramas místicos que se acredita possuir poder mágico ou oculto”. (Stutley, 1977, p. 347). 

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FLOOD, Gavin. An Introduction to Hinduism. Cambridge: Cambridge University Press, 1996. 
______. (edit.).The Blackwell Companion to Hinduism. Malden: Blackwell Publishing Ltd. 2005.

HACKER, Paul. Aspects of Neo-Hinduism as Contrasted with Surviving Traditional Hinduism. In: Wilhelm Halbfass. Philology and Confrontation: Paul Hacker on Traditional and Modern Vedanta. Albany, N.Y.: State University of New York Press, 1995.

HALBFASS, Wilhelm. Philology and Confrontation: Paul Hacker on Traditional and Modern Vedanta. Albany: State University of New York Press, 1995.

MALINAR, Angelika. Deus, deuses e divindade na tradição hinduísta do Pancaratra. In: As múltiplas faces do Divino - Revista Concilium n. 258 – 1995/2, Petrópolis: Vozes, p. 16-25.

PRABHUPĀDA, A.C. Bhaktivedanta Swami. (trad.) O Bhagavad-Gita como ele é. São Paulo: Bhaktivedanta Book Trust, 1994. 

RESNICK, Howard Jay. For Whom Does Hinduism Speak? ISKCON Communications Journal, v.7, n. 1, Junho 1999, p. 45-53. Traduzido para o português em: Por quem o Hinduísmo fala? In: Arilson Oliveira, Max Weber e a Índia: o vaishnavismo e seu yoga social em formação. São Paulo: Blucher Acadêmico, 2009, p. 321-334. 

SARASVATI, Svami Satya Prakash (trad.); VIDYALANKAR, Satyakam (trad.). Rgveda Saṁhitā. 13 vols. New Delhi: Veda Pratishthana, 1977/1987. 

SCHLESINGER, Hugo; PORTO, Humberto. Dicionário enciclopédico das religiões. Petrópolis: Vozes, 1995. 

STUTLEY, James; STUTLEY, Margaret. Seshagiri (edit.). A Dictionary of Hinduism: Its Mythology, Folklore and Development 1500 B.C.- A.D. 1500. Bombai: Allied Publishers Private Limited, 1977. 

SUBRAMUNIYASWAMI, Satguru Sivaya, Merging with Siva: Hinduism’s Contemporary Metaphysics, Hawaii: Himalayan Academy, 1999. 

VIVEKJIVANDAS, Sadhu. Hinduism: An Introduction - Part 1, Ahmedabad: Swaminarayan Aksharpith, 2010. 
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#hinduismo #bramanismo  #vaishnavism #shaivismo #shaktismo #smartismo #SanatanaDharma #vaidikadharma #CulturaVedica #lokasaksi

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Rasalila devi dasi

sábado, 30 de abril de 2022

Orientação dos Vedas para Eclipses/ Guidance of Vedas for Eclipses - atualizado

 ORIENTAÇÃO DOS VEDAS PARA ECLIPSES [Portuguese-Brazil]

GUIDANCE OF THE VEDAS FOR ECLIPSES [Translation English below]



AVISO DE  ECLIPSE  hoje 30 de abril , dia 15 no Brasil e dia 16 na Africa do Sul e India de 2022.

Como sempre oriento, eclipse não é auspicioso,  portanto cubram as cabeças, não olhem eclipses e façam orações. Isso não é superstição, é explicado nos Vedas.


Srila Gurudeva Swami Vana Maharaja explica que se o eclipse for parcial em algum país, DEVE SER SEGUIDAS AS REGRAS ABAIXO SOBRE ECLIPSE.


Explicação para quem não é vaishnava: o termo védico " Observar Eclipse " em sânscrito, inglês  significa  "seguir as regras de eclipses"! Esse termo " observar " não é  "olhar os eclipses"!


Muito ao contrário! Portanto, uma das orientações para se seguir durante eclipses é NUNCA OLHAR E ACOMPANHAR ECLIPSES, que sempre são inauspiciosos e seus efeitos específicos sempre perduram por 6 meses, segundo Astrologia Védica. 


🙏🏿Segue texto de Taruni Gopi Dasi e outros a seguir:


" Como Srila Gurudeva e as Escrituras explicam, eclipses são momentos muito inauspiciosos por causa da influência de Rahu e Ketu, planetas maléficos (demônios).


Então, para ficar livre da influência da atividade pecaminosa no momento inauspiciouso do eclipse (caso ele seja visível onde você vive) devem-se observar certas regras:


- não dormir durante o eclipse;

- não comer, não beber durante o eclipse;

- não ir ao banheiro nem tomar banho durante o eclipse;

- não olhar para o eclipse e tentar ficar em área coberta;

- não se deve cozinhar na hora do eclipse e nem comer;

- qualquer água parada (ex: garrafinha de água ou galão de água) ficam contaminados com o eclipse, mas isso pode ser cancelado caso vc coloque uma folha de Tulasi nessa água;

- não se deve fazer nada no momento do eclipse exceto Sravan e Kirtan dos Santos Nomes e glórias do Senhor, em especial canto congregacional dos Santos Nomes em voz alta.


Hoje o eclipse solar não será visível no Brasil, então não é necessário seguir as "regras de observar eclipse" (observar regulamentos), mas de qualquer forma é considerado um momento inauspicioso.


Na noite do Nrsimha Chaturdashi (15 para 16 de maio) haverá um eclipse lunar totalmente visível no Brasil, de 22h às 4h, sendo recomendado que observemos as regras de cantar os santos nomes e não dormir na hora do eclipse." [Veja imagem a seguir]


Na África do Sul e Índia será na madrugada do dia 16 de maio/2022. Veja a imagem a seguir referente à África do Sul e consulte no link abaixo sua cidade e país, pois pode variar muito dentro de um mesmo país. [Se no seu país for parcial, sempre seguir orientações, mesmo qur nao seja visível ]



🙏🏻Seguem explicações do site www.purebhakti.com:


👉🏼https://www.purebhakti.com/index.php?option=com_content&view=article&id=994


Eclipses


"Eclipses são considerados pouco auspiciosos. Para neutralizar os efeitos desfavoráveis ​​e criar auspiciosidade, durante um eclipse, evita-se dormir, comer, beber, tomar banho ou usar o banheiro. Recomenda-se ficar dentro de casa, não olhar para o eclipse, e cantar constantemente Harinama. 


Os eclipses listados para sua localização são eclipses globais para todo o mundo com horários ajustados ao seu fuso horário sem considerar dia ou noite, horário de verão ou horário de verão. Para determinar se um eclipse listado deve ser seguido para sua localização, consulte a lista de verificação abaixo:


1) Eclipses lunares pré-numbrais não são seguidos por Gaudiya Vaisnavas e estão listados apenas para sua informação.


2) Eclipses solares parciais e totais que começam e terminam completamente após o pôr do sol e antes do nascer do sol não são visíveis e, portanto, não são seguidos.


3) Eclipses lunares parciais e totais que começam e terminam completamente após o nascer do sol e antes do pôr do sol não são visíveis, portanto, não são seguidos.


4) Eclipses Solares - Para todos os outros  eclipses solares parciais e totais , consulte o mapa de eclipses relacionado. Neste link, eclipse.gsfc.nasa.gov , procure a subseção " Decade Solar Eclipse Tables " sob o título " Eclipses of the Sun ". Selecione a década correta. Na próxima página que carrega, role para baixo até a tabela do eclipse. Na coluna da esquerda, encontre a data do eclipse relacionado e clique na data. Uma nova janela será aberta com o mapa do eclipse. Se sua localização estiver dentro do caminho do eclipse, siga as regras Vaisnava relacionadas a eclipses de acordo com o horário do eclipse publicado no Calendário Vaisnava.


5) Eclipses Lunares - Para todos os outros eclipses lunares parciais e totais , consulte o mapa de eclipses relacionado. Neste link, eclipse.gsfc.nasa.gov , procure a subseção " Decade Lunar Eclipse Tables " sob o título " Eclipses of the Moon ". Selecione a década correta. Na próxima página que carrega, role para baixo até a tabela do eclipse. Na coluna da esquerda, encontre a data do eclipse relacionado e clique na data. Uma nova janela será aberta com o mapa do eclipse. Se sua localização estiver dentro do caminho do eclipse, siga as regras vaisnavas relacionadas a eclipses de acordo com o horário do eclipse publicado no Calendário Vaisnava.


Se um eclipse não for visível em sua localização, não é necessário observar as regras. No entanto, ainda é considerado um momento desfavorável. Embora você possa encontrar instruções de visualização de eclipses no site da Nasa, a Gaudiya Vaisnavas não recomenda a visualização de eclipses."


🙏🏿Para saber se o eclipse será visível na sua cidade ou país e se você deve seguir as orientações para o eclipse, entre no site da Nasa abaixo, preencha os dados e verifique:


👉🏽👉🏿 https://eclipse.gsfc.nasa.gov/JLEX/JLEX-index.html


"Previsões de Eclipse por Fred Espenak e Chris O'Byrne (GSFC da NASA)"


Conheça e estude os Vedas.


Hare Krishna 🙏🏼🌷🙏


Grupo 🌞 Go with Gauranga! 🌞  Vedas 🙏🏻🙏🏿


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[Translation English]


ECLIPSE NOTICE today April 30th, 15th in Brazil and 16th in South Africa and India 2022.

 As I always advise, eclipse is not auspicious, so cover your heads, don't look at eclipses and say prayers.  This is not superstition, it is explained in the Vedas.


Srila Gurudeva Swami Vana Maharaja explains that if the eclipse is partial in any country, THE FOLLOWING RULES ON ECLIPSE MUST BE FOLLOWED, " OBSERVED". 


 Explanation for non-Vaishnava: The Vedic term "Observe Eclipse" in Sanskrit, English means "follow the rules of eclipses"!  This term "OBSERVED "  is not "watch eclipses"! * ( "observe" in Portuguese,  Spanish,  Italian is " to look at, to watch " ).*


 Quite the opposite!  Therefore, one of the guidelines to follow during eclipses is NEVER LOOK AT AND FOLLOW ECLIPSES, which are always inauspicious and their specific effects always last for 6 months, according to Vedic Astrology.


 🙏🏿Following text by Taruni Gopi Dasi:


 "As Srila Gurudeva and the Scriptures explain, eclipses are very inauspicious times because of the influence of Rahu and Ketu, malefic planets (demons).


 So, to be free from the influence of sinful activity at the inauspicious moment of the eclipse (if it is visible where you live) certain rules must be observed:


 - do not sleep during the eclipse;

 - do not eat, do not drink during the eclipse;

 - do not go to the bathroom or shower during the eclipse;

 - do not look at the eclipse and try to stay in a covered area;

 - you should not cook at the time of the eclipse or eat;

 - any standing water (eg water bottle or gallon of water) is contaminated with the eclipse, but this can be canceled if you put a Tulasi leaf in that water;

 - nothing should be done at the time of the eclipse except Sravan and Kirtan of the Holy Names and glories of the Lord, especially congregational chanting of the Holy Names aloud.


 Today the solar eclipse will not be visible in Brazil, so it is not necessary to follow the "rules of observing eclipse" (observing regulations), but in any case it is considered an inauspicious moment.


 On the night of Nrsimha Chaturdashi (May 15th to 16th) there will be a fully visible lunar eclipse in Brazil, from 10pm to 4am, and it is recommended that we observe the rules of chanting the holy names and not sleeping at the time of the eclipse." (See the following image )





In South Africa and India it will be at dawn on May 16/2022.  See the following image referring to South Africa and check your city and country in the link below, as it can vary a lot within the same country.  [If you are partial in your country, always follow guidelines, even if it is not visible]




 🙏🏻 Here are explanations from www.purebhakti.com:


👉🏼https://www.purebhakti.com/index.php?option=com_content&view=article&id=994


 Eclipses


 "Eclipses are considered inauspicious. To counteract the unfavorable effects and create auspiciousness, during an eclipse, avoid sleeping, eating, drinking, bathing or using the toilet. eclipse, and constantly chant Harinama.


 The eclipses listed for your location are global eclipses for the entire world with times adjusted to your time zone without regard to day or night, daylight saving time or daylight saving time.  To determine if a listed eclipse should be followed for your location, refer to the checklist below:


 1) Prenumbral lunar eclipses are not followed by Gaudiya Vaisnavas and are listed for your information only.


 2) Partial and total solar eclipses that begin and end completely after sunset and before sunrise are not visible and therefore not followed.


 3) Partial and total lunar eclipses that begin and end completely after sunrise and before sunset are not visible therefore not followed.


 4) Solar Eclipses - For all other partial and total solar eclipses, see the related eclipse map.  In this link, eclipse.gsfc.nasa.gov, look for the subsection "Decade Solar Eclipse Tables" under the heading "Eclipses of the Sun".  Select the correct decade.  On the next page that loads, scroll down to the eclipse table.  In the left column, find the related eclipse date and click on the date.  A new window will open with the eclipse map.  If your location is within the eclipse path, follow the Vaisnava rules regarding eclipses according to the eclipse time published in the Vaisnava Calendar.


 5) Lunar Eclipses - For all other partial and total lunar eclipses, see the related eclipse map.  In this link, eclipse.gsfc.nasa.gov, look for the subsection "Decade Lunar Eclipse Tables" under the heading "Eclipses of the Moon".  Select the correct decade.  On the next page that loads, scroll down to the eclipse table.  In the left column, find the related eclipse date and click on the date.  A new window will open with the eclipse map.  If your location is within the eclipse path, follow the Vaisnava rules regarding eclipses according to the eclipse time published in the Vaisnava Calendar.


 If an eclipse is not visible at your location, it is not necessary to observe the rules.  However, it is still considered an unfavorable moment.  While you can find eclipse viewing instructions on the NASA website, Gaudiya Vaisnavas does not recommend viewing eclipses."


 🙏🏿To know if the eclipse will be visible in your city or country and if you should follow the guidelines for the eclipse, enter the NASA website below, fill in the data and check:


 👉🏽👉🏿https://eclipse.gsfc.nasa.gov/JLEX/JLEX-index.html


 "Eclipse Predictions by Fred Espenak and Chris O'Byrne (NASA's GSFC)"


 Know and study the Vedas.


 Hare Krishna 🙏🏼🌷🙏


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