Radha Krishna - Deidades da África do Sul |
quarta-feira, 1 de junho de 2022
Entenda a questão do termo "Hinduísmo" ( existem audios no SoundCloud, YouTube e Blog)
sábado, 28 de maio de 2022
Por que vaishnavas não comem cenoura, alho e cebola?
Porque nao comer alho,
Cebola e
cenourA
"[Lola dasi:] Você nos contou o passatempo no qual o leite no pote estava pensando, “Como eu posso servir Krsna”? Então agora entendemos que o leite em Goloka Vrndavana é consciente. Minha pergunta é essa: quando o leite se torna rasagula (um doce Indiano), e cada vaqueirinho come uma rasagula, como podemos entender que esse leite é eterno?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Quando Sri Krsna comeu a rasagula, ela entrou em Sua boca e foi até Seu estômago, e lá se tornou eterna. O que quer que Krsna coma – todas essas coisas são eternas. Entende?
[Devoto:] Não.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Krsna é eterno, e em Vrndavana tudo é eterno. Então Krsna co,meu a rasagula e a manteve em Seu estômago. Se Ele pode manter o mundo todo em Seu estômago, por que Ele não poderia manter uma rasagula em Seu estômago?
[Devoto:] Essa rasagula permanece eternamente consciente?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Tudo em Krsna é consciente.
[Devoto:] Isso é inconcebível.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Sim.
cintamani-prakara-sadmasu kalpa-vrksa-
laksavrtesu surabhir abhipalayantam
laksmi-sahasra-sata-sambhrama-sevyamanam
govindam adi-purusam tam aham bhajami
["Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, o progenitor primeiro que está pastoreando as vacas, concedendo todo desejo, na morada construída com jóias espirituais, cercada por milhões de árvores dos desejos, sempre servido com grande reverência e afeição por centenas de milhares de laksmis ou gopis." (Brahma-samhita 5.29)]
[Devoto:] Acho que essa é uma das coisas que podemos entender apenas quando estivermos lá em Goloka Vrndavana.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Quando você for lá, será capaz de entender.
[Ramachandra das:] E também, ele não entenderá. Entenderemos apenas Krsna; não pensaremos sobre como tudo isso está acontecendo.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] O mundo todo está no estômago de Krsna. Todas as pessoas e seres vivos estão presentes lá, mas eles também são eternos. Então a rasagula é eterna também.
[Devoto:] A rasagula anteriormente era leite. Ela se torna outro ser vivo quando se torna uma rasagula?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Krsna pode tomar muitas formas. Sua morada também pode tomar muitas formas. Seus associados também podem vir também e tomar variadas formas. Então por que o leite pode não tomar diferentes formas?
[Devoto:] Gurudeva, no aeroporto de Hong Kong, antes do seu vôo, você estava explicando os tipos de serviço executados pelos puros Gaudiya Vaishnavas quando eles estão Caitanya Mahaprabhu em Navadvipa (a morada eterna de Mahaprabhu manifestada nesse mundo). Eu acho que quando nos tornarmos perfeitos iremos até lá, em Navadvipa, nos encontrarmos com Mahaprabhu e servir a Ele sob a direção de Seus associados.
A respeito de Svetadvipa (a eterna morada de Mahaprabhu em Navadvipa manifestada no mundo transcendental dentro do domínio de Goloka Vrndavana), há alguma diferença no que os devotos fazem lá? Estou perguntando porque não há necessidade de se escrever livros em Svetadvipa-Goloka. Não há necessidade de pregar aos outros lá.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Você será um associado de Sri Caitanya Mahaprabhu lá, e servirá como Sri Gadhadara Pandit, Sri Svarupa-Damodara e Srila Raya Ramananda. Você servirá sob a direção deles.
[Devoto:] O que eles fazem? O que Srila Rupa Gosvami faz?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Eles fazem muitas coisas.
[Devoto:] Lá em Svetadvipa? Porque você nos disse no aeroporto de Hong Kong que eles escrevem livros e estão estabelecendo Sua missão…
[Srila Narayana Maharaja:] O que Gadadhara Pandita está fazendo nos passatempos de Navadvipa de Caitanya Mahaprabhu?
[Devoto:] Kirtana?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Não. Aqui, nesse mundo – em Navadvipa.
[Devoto:] Eles estão adorando Tota-Gopinath e ensinando os passatempos de Radhika a Mahaprabhu.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] O que Gadhadara Pandita está fazendo com Mahaprabhu em Navadvipa? Ele está sempre com Mahaprabhu. Então sob a sua guia, e outros como ele, você fará alguma coisa. Há muitas coisas a serem feitas.
[Devoto:] Como o que? Nunca ouvimos isso.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] É infinito.
[Devoto:] Você pode nos dar alguns exemplos das infinitas coisas que eles executam em Svetadvipa (Navadvipa em Goloka)?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Gadhadara Pandita é como um amigo. Ele está com Mahaprabhu e servindo-o de muitas maneiras.
[Devoto:] Algumas vezes cozinhando, outras dando comida…
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Ele não cozinha.
[Devoto:] E Srila Rupa Gosvami? O que ele está fazendo?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Ele faz piadas, faz perguntas com duplo sentido (slesha) e com significados profundos. O que Sri Raya Ramananda está fazendo?
[Devoto:] Em Gambhira, ele está cantando canções e inspirando os humores do Senhor. Em Godavari ele está…
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] O que Srivasa Pandita está fazendo?
[Devoto:] Ele está fazendo kirtana e hospedando-O…
[Ramachanda dasa:] Srivasa Pandita está glorificando Laksmi, e Svarupa Damodara está brincando com ele. [Isso está elaboradamente descrito no Caitanya-caritamrta, Madhya-lila, capítulo 14, versos 202-215.] Esse tipo de passatempo está acontecendo.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Você terá infinitos serviços para fazer lá.
[Devoto:] O que está fazendo Srila Rupa Gosvami em Svetadvipa?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Ele fará o que ele já faz. Ele glorificará Mahaprabhu e brincará com Ele.
[Devoto:] Brincará?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] O que ele fará?
[Devoto:] Ele não se considera um discípulo?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Todos os Seus associados brincam com Ele.
[Devoto:] O que você quer dizer com brincar? Fazer piadas, conversar, cantar e dançar? No lago Indradyumna-sarovara em Jagannatha Puri, todos eles estavam brincando. Advaita Acarya e Nityananda Prabhu e outros estavam brincando e jogando agua uns nos outros.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Como um amigo serve seu amigo? Como? Como estão os vaqueirinhos servindo Krsna?
[Devoto:] Eles estão jogando, se desafiando e lutando de brincadeira.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Há muitas coisas nos passatempos de Caitanya Mahaprabhu que eles podem fazer.
[Devoto:] Ó, como amigos – não como discípulos.
[Ramachandra dasa:] Uma vez você me disse que Navadvipa é madhurya-dhama (a morada dos doces passatempos como humano). Eu perguntei qual é a posição de Rupa Gosvami, pois não ouvimos que ele está em Navadvipa. Sabemos que ele está em Puri…
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Em Svetadvipa, todos os locais de passatempos de Mahaprabhu estão presentes em diferentes seções.
[Devoto:] Uma vez você disse que Mahaprabhu está desfrutando do humor de Srimati Radharani e que Srila Rupa Gosvami e Seus outros associados estão ajudando-o nessa atividade. O que fazem Srila Rupa Gosvami e aqueles em Sua linha para amparar o humor de Mahaprabhu em Svetadipa? Eles cantam e dançam com Ele, falam sobre Radha e Krsna…?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Enquanto Mahaprabhu está executando kirtana, eles participam também e fazem muitas outras coisas.
(Hora do embarque)
"23 de Abril de 2008"
Excerto da caminhada matinal em Toronto
[Trilokanatha dasa:] Ontem recebemos um e-mail de uma devota que está fazendo bolo de cenoura e distribuindo como prasadam. Ela está perguntando se são somente as cenouras Indianas que não podemos comer. A cenoura Norte-americana é laranja e não vermelha, então ela quer saber se essa cenoura não pode ser consumida ou se está tudo bem.
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Há dois tipos de cenouras. Uma é vermelho escuro e outra laranjada. Embora não comamos nenhum desses tipos, permiti que os devotos ocidentais comessem a cenoura laranja porque ela não é como o sangue. A vermelha é como sangue. Então não se deve comer. Mas, não comemos nenhuma das duas. Eu permiti que eles consumissem essa, e em Delhi também.
(No dia seguinte)
[Trilokanatha dasa:] Gurudeva, ontem pela manhã você disse que está tudo bem se comermos a cenoura laranja, mas você não consome esse tipo de cenoura. Então a pergunta é, se você pessoalmente não as consome, por que nós podemos? Nós oferecemos bhoga para Radha e Krsna através de você. Então, após consumir Seus remanentes, você distribui os remanentes para nós. A pergunta é, se você não come cenoura, por que podemos? Como isso será prasada de verdade?
[Srila Narayana Gosvami Maharaja:] Sim, essa é a questão.
[Um comentário posterior de Trilokanatha dasa:] Quando ele respondeu minha pergunta no segundo dia, ele riu enquanto falava, querendo dizer que agora estávamos chegando ao ápice da questão.
*Nota final: (do hari-katha de Srila Maharaja em Fev. 25, 2002 na Austrália)
[Sanjaya dasa: Há uma história sobre a esposa de um brahmana. Ela comeu um pedaço de vaca, e um pedaço se transformou em cenoura, outro em alho, outro em cebola e o sangue deu origem à lentilhas vermelhas. Essa história é verdadeira?
Srila Narayana Maharaja: É parcialmente real; Então não devemos comer essas coisas. O que Vyasadeva escreveu é verdade. Vyasadeva conhece o passado, presente e futuro. Ele foi capaz de ver as qualidades presentes em cada entidade. Por exemplo, o Bhagavad-gita descreve as naturezas sattvika (no modo da bondade), tamasika (no modo da ignorância), rajasika (no modo da paixão), e nirguna (transcendental) de várias pessoas, plantas, alimentos, atividades, conhecimentos, e assim por diante.
A seguinte história foi falada pelo servo de Srila Narayana Maharaja, Sripad Madhava Maharaja: [Os cientistas americanos descobriram em seus laboratórios que há 21 tipos diferentes de venenos na cebola e no alho; então esses não são alimentos inofensivos. Na Satya-yuga, os sábios executaram sacrifícios gomedha (vaca) e asvamedha (cavalo) para o bem-estar de todo o universo. Uma vaca e um cavalo muitos velhos eram sacrificados sendo cortados em pedaços e colocados no fogo.
Posteriormente, os rsis proferiam mantras e o mesmo animal voltava à vida em um belo e jovem corpo.
Certa vez, a esposa grávida de um sábio que estava prestes a executar o sacrifício gomedha teve um forte desejo de comer. Ele ouviu que se durante a gravidez a pessoa tivesse desejo de comer e tal desejo não fosse atendido, o bebê recém-nascido teria saliva saindo de sua boca constantemente. Isso seria desagradável para a mãe a para a criança.
A esposa do sábio teve um forte anseio por comer carne, e ela secretamente pegou um pedaço de carne do corpo da vaca oferecida em sacrifício. Ela escondeu o pedaço e planejava comer rapidamente. Mais tarde, o sábio estava terminando o sacrifício e proferiu os mantras para que a vaca voltasse à vida. Entretanto, ele notou que faltava um pequeno pedaço no lado esquerdo. Ele ficou surpreso por que isso nunca havia acontecido. Em meditação, o sábio realizou que sua esposa havia pegado um pedaço de carne durante o sacrifício.
Devido ao efeito dos mantras proferidos pelo sábio, havia vida no pequeno pedaço de carne. A esposa entendeu o que aconteceu e rapidamente o jogou para longe. Logo em seguida brotaram lentilhas vermelhas do sangue da carne, alhos brotaram dos ossos (ambos alho e ossos de vaca são brancos), e cebolas e cenouras brotaram da carne. Por isso, esses alimentos nunca são consumidos por um Vaisnava. Eles são alimentos no modo da ignorância.]
[Um devoto pode perguntar, "Por que nosso Prabhupada, Srila Bhaktivedanta Swami Maharaja, permitiu que cenouras sejam consumidas se elas são tão ruins? A responta foi gentilmente dada por ele mesmo, em 1969, Boston. Ele disse, "Se eu contasse a vocês todas as regras e regulações agora, vocês desmaiariam. Então por agora, sigam as regras que eu dei e façam um balance cantando Hare Krsna." Ele também frequentemente dizia que estava segunda a linha de direção dada por seu Guru Maharaja; ou seja, induziu os Ocidentais a primeiro cantar Hare Krsna, e à medida em que eles se tornassem mais e mais estabelecidos nessa prática, as regras e regulações viriam gradualmente.]"
Conselho Editorial: Svami B.V. Madhava, Brajanath dasa, e Prema-prayojana dasa
Transcrição: Janaki dasi
Digitação: Anita dasi
Revisão: Krsna-kamini dasi
Editora: Syamarani dasi
Editores Contribuintes: Hariballabha dasi e Ratna dasi
Tradução: Acyuta priya dasi
Digitação: Krsna Kripa das e Krsna Priya dasi.
(Extraído do site www.bhaktibrasil.com)
Na intenção de servir a Sri Guru e vaisnavas,
Dasa anudasa anudasa
Adhoksaja Das
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Apara Ekadashi
APARA EKADASHI
[Translation below]
Shri Yudhishthira Maharaj disse: "Ó Janardana, qual é o nome do Ekadashi que ocorre durante a quinzena escura (Krishna paksha) do mês de Jyeshtha (maio-junho)? Hari. Por favor, narre tudo para mim".
O Senhor Shri Krishna disse: "Ó rei, sua pergunta é maravilhosa porque a resposta beneficiará toda a sociedade humana. Este Ekadashi é tão sublime e meritório que até mesmo os maiores pecados podem ser apagados por sua pureza.
Oh grande rei santo, o nome deste Ekadashi ilimitadamente meritório é Apara Ekadashi. Quem jejuar neste dia sagrado fica famoso em todo o universo. Mesmo pecados como matar um brahmana, uma vaca ou um embrião; blasfêmia; ou fazer sexo com a esposa de outro homem são completamente erradicados pela observação de Apara Ekadashi.
Oh rei, as pessoas que dão falso testemunho são as mais pecaminosas. Uma pessoa que falsa ou sarcasticamente glorifica outra; aquele que trapaceia enquanto pesa algo na balança; aquele que falha em executar os deveres de seu varna ou Ashrama (um homem não qualificado se apresenta como um brâmane, por exemplo, ou uma pessoa recita os Vedas incorretamente); aquele que inventa suas próprias escrituras; aquele que engana os outros; aquele que é um astrólogo charlatão, um contador trapaceiro ou um falso médico ayurvédico. Todos estes são certamente tão ruins quanto as pessoas que dão falso testemunho, e todos eles estão destinados a punições infernais. Mas simplesmente observando Apara Ekadashi, todos esses pecadores ficam completamente livres de suas reações pecaminosas.
Guerreiros que caem de seu kshatriya-dharma e fogem do campo de batalha vão para um inferno feroz. Mas, ó Yudhishthira, mesmo um kshatriya caído, se ele observar o jejum no Apara Ekadashi, é libertado dessa grande reação pecaminosa e vai para o céu. Esse discípulo é o maior pecador que, depois de receber uma educação espiritual adequada de seu mestre espiritual, se vira e blasfema dele. Tal discípulo assim chamado sofre ilimitadamente. Mas mesmo ele, por mais patife que seja, se ele simplesmente observar Apara Ekadashi, pode alcançar o mundo espiritual.
Ouça, ó rei, enquanto eu descrevo a você outras glórias deste incrível Ekadashi. O mérito alcançado por aquele que realiza todos os seguintes atos de piedade é igual ao mérito alcançado por aquele que observa Apara Ekadashi: banhar-se três vezes ao dia em Pushkara-kshetra durante Kartika (outubro-novembro); tomar banho em Prayag no mês de Magh (janeiro-fevereiro) quando o sol está no zodíaco de Capricórnio; prestar serviço ao Senhor Shiva em Varanasi (Benares) durante
o Shiva-ratri; oferecendo oblações aos antepassados em Gaya; banhar-se no sagrado rio Gautami quando Júpiter transita por Leão (Simha); tendo darshan do Senhor Shiva em Kedarnatha; ver o Senhor Badrinath quando o Sol transita pelo signo de Aquário (Kumbha); e tomar banho na época de um eclipse solar em Kurukshetra e dar vacas, elefantes e ouro lá em caridade. Todo o mérito que se obtém ao realizar esses atos piedosos é obtido por uma pessoa que observa o jejum de Apara Ekadashi. Além disso, o mérito alcançado por quem doa uma vaca grávida, juntamente com ouro e terra fértil, é alcançado por quem jejua neste dia.
Em outras palavras, Apara Ekadashi é um machado que corta a floresta totalmente amadurecida cheia de árvores de atos pecaminosos, é um incêndio florestal que queima os pecados como se estivessem acendendo lenha, é o sol brilhando diante de seus crimes sombrios, e é é um leão espreitando o manso cervo da impiedade.
Portanto, ó Yudhishthira, quem realmente teme seus pecados passados e presentes deve observar Apara Ekadashi muito estritamente. Aquele que não observa esse jejum deve nascer de novo no mundo material, como uma bolha entre milhões em um enorme corpo de água, ou como uma pequena formiga entre todas as outras espécies. Portanto, deve-se observar fielmente o sagrado Apara Ekadashi e adorar a Suprema Personalidade de Deus, Shri Trivikrama.
Aquele que faz isso é liberto de todos os seus pecados e promovido à morada do Senhor Vishnu.
Ó Bharata, para o benefício de toda a humanidade, descrevi a você assim a importância do sagrado Apara Ekadashi. Qualquer um que ouça ou leia esta descrição certamente está livre de todos os tipos de pecados, ó melhor dos reis santos, Yudhishthira. Assim termina a narração das glórias de Jyeshtha-krishna Ekadashi, ou Apara Ekadashi, do Brahmanda Purana."
NOTAS:
1. Pushkara-kshetra, no oeste da Índia, é o único lugar na Terra onde se encontra um templo genuíno do Senhor Brahma.
2. Os Vedas declaram, narah budbuda samah: "A forma de vida humana é como uma bolha na água".
Na água, muitas bolhas se formam e, de repente, estouram alguns segundos depois. Assim, se uma pessoa não utiliza seu raro corpo humano para servir à Suprema Personalidade de Deus, Shri Krishna, sua vida não tem mais valor ou permanência do que uma bolha na água. Portanto, como o Senhor aqui recomenda, devemos servi-Lo jejuando no Hari-vasara, ou Ekadashi.
A este respeito, Shrila A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada escreve no Shrimad Bhagavatam (significado SB 2:1:4): bolhas, que aparecem diante de nós como eu corporal, esposa, filhos, sociedade, conterrâneos, etc. busca por condições de vida permanentes, que são impossíveis neste mundo material."
Hare Krishna 🙏🌷🙏🏿
segunda-feira, 4 de abril de 2022
Cosmologia Védica e a Origem da Criação
COSMOLOGIA VÉDICA E A ORIGEM DA CRIAÇÃO
por Lokasākṣī Dāsa
Cosmologia é a ciência que trata da origem e desenvolvimento do universo. O termo que vem do grego, sendo formado por kósmos mais o sufixo logia “ciência” ou “discurso”. Seria o ramo da astronomia que estuda a estrutura, evolução e composição do universo em seu todo, preocupando-se tanto com a origem quanto com a evolução dele. Ela é inseparável tanto da Cosmogonia como da Cosmografia que buscam respectivamente explicar o processo como se origina essa existência e a sua estrutura resultante.
O princípio básico da cosmologia das culturas arcaicas é que o cosmo não é um fenômeno sem sentido ou acidental, ou produto do acaso. Segundo a tradição védica, o cosmo tem um propósito, que é de ajudar no processo da libertação humana, processo este que é cíclico e baseia-se na força do karma. Cada ciclo chama-se kalpa, que é um período de existência criada ou cósmica que é seguido de um período igual de dissolução ou caos.
Cosmogonia por sua vez seria a parte da cosmologia, que trata especificamente da criação e formação do mundo. Quanto à criação universal, a ciência contemporânea, no caso, a Astronomia e outras ciências correlatas, faz uso das chamadas “teorias cosmogónicas.”
Na verdade os cientistas desconhecem sobre a origem ou de como se cria a matéria no Universo. O que pode ser conhecido cientificamente são apenas os rastros ou vestígios da evolução universal, utilizados para formular as “teorias cosmogônicas”. É dessa forma que eles estabelecem, com relativa coerência, a procedência e o desenvolvimento evolutivo do Universo. A ciência contemporânea tem três teorias principais sobre a origem do Universo:
(1) Teoria Expansionista ou do “Big-Bang” ou “Grande Explosão” (1) - que afirma que o Universo está em expansão;
(2) Teoria do Equilíbrio ou "Teoria do Estado Contínuo" (2)- que afirma que o Universo se encontra em estado de equilíbrio; e
(3) Teoria Cíclica ou "Teoria da Oscilação" (3) - que defende o princípio cíclico do Universo. Indica que a intervalos de 60 bilhões de anos (ou 25 bilhões para outros cientistas), toda a matéria do Universo se reunirá num ponto. Então acontecerá uma expansão que não prossegue indefinidamente, culminando com o momento em que volta a se agrupar dando lugar a uma nova fase de contração, justamente num ponto com a matéria existente. Portanto o Universo se expande e se contrai alternadamente.
A Teoria Cíclica (da Oscilação) apresenta alguma semelhança com a visão cosmológica védica da existência da “respiração cósmica de Brahman”, de contração e expansão alternada, e do Universo existir indefinidamente.
Podemos encontrar na tradição védica várias teorias cosmológicas sobre a criação e evolução do Universo. Elas estão presentes nos sistemas filosóficos Sāṅkhya, Nyāya e Vedānta e principalmente nos Vedas e literaturas complementares (Ṛg-Veda, 10.72; 10.90; 10.121; 10.129; Atharva-Veda, 19.53-54.), Brāhmaṇas (Śatapatha Brāhmaṇa, 11.6.1; 14.4.2), Upaniṣads (Bṛhadāraṇyaka Upaniṣad, 5.5.1; Chāndogya Upaniṣad, 4.3.1; 1.9.1; Kaṭha Upaniṣad, 2.5; e Taittirīya Upaniṣad, 2.7), Vedānta-sūtra, 1.1.2), Purāṇas (Viṣṇu Pūrāṇa, 1.2; Bhāgavata Pūrāṇa, 2.9; 3.5. Nāradīya Pūrāṇa, 1.3), Manu Smṛti (1.1.15), Bhagavad-gītā (15-1-2) e Brahmā Saṁhitā (5.2).
MUNDOS MATERIAIS E ESPIRITUAIS
O Vedānta, ou metafísica védica, identifica a Realidade Absoluta com o Ser que tudo permeia. Ele recebe o nome de Brahman e é definindo como: janmādyasya yataḥ, “Aquele que gera, mantem e aniquila tudo” (Vedānta-sūtra, 1.1.2).
A palavra brahman, ‘o grande’, vêm da raiz verbal bṛh ‘expandir’ e designa aquilo ou aquele que se expande mais que qualquer outra coisa. Como o aspecto impessoal da Divindade, o Brahman seria o Ser que se ‘expande’ infinitamente, isto é, o Absoluto ou essência ontológica de todos os seres. Trata-se da realidade metafísica final que é o ekam evādvitīyam “um sem um segundo” (Chāndogya Upaniṣad, 6.2.1), a Realidade última, a fonte original e o fundamento da existência.
Por sua vez, em seu aspecto pessoal localizado como Paramātmā (a Superalma onipresente e onisciente), a Divindade é a Pessoa (puruṣa) que é Criador e Senhor de todas as Energias (śaktis). Isso é corroborado pelo Ṛg-Veda:
puruṣa evedaṁ sarvaṁ yad bhūtaṁ yac ca bhavyam
utāmṛtatvasyeśano yad annenātiro hati
“Tudo que existe no Universo, no passado e também no futuro, são manifestações do Senhor Supremo, em Sua expansão do Puruṣa. Apesar de ser o Senhor da Imortalidade, Ele Se manifesta no Universo para que todos os seres possam desfrutar do fruto de suas ações” (Ṛg-Veda, 10.90.2; Atharva Veda, 19.6.4; Śvetāśvatara Upaniṣad, 3.15).
Identificando o Real com a Sua expansão do Pūruṣa, “genitor”, o Ṛg-veda correlaciona-O com as duas dimensões ontológicas, a dimensão material e a dimensão espiritual, tendo a material como um quarto da realidade (eka-pada-vibhuti) e a espiritual como seu três-quartos (tri-pada-vibhūti):
etāvān asya mahimāto jyāyāṃś ca pūruṣaḥ
pādo 'sya viśvā bhūtāni tripād asyāmṛtaṃ divi
“Essa é a manifestação de Seu poder, mas o próprio Senhor é muito maior que isso. Todas as entidades vivas do universo são somente um quarto de Seu ser, outros três quartos constituem a Sua natureza eterna no Céu espiritual” (Ṛg Veda, 10.90.3).
tripād ūrdhva udait puruṣaḥ pādo’ syehābhavat
punaḥ tato viṣvaṅ vyakrāmat sāśanānaśane abhi
“Com Seus três-quartos, o Senhor transcendeu o mundo material. Com Seu um-quarto Ele manifestou-Se novamente neste Universo. Então, Ele foi por todas as partes, penetrando todos os seres animados e inanimados” (Ṛg-Veda, 10.90.4).
A existência de uma Realidade, que precede a criação, também é descrita nos Purāṇas:
aham evāsam evagre nānyad yat sad-asat param
“Antes da criação cósmica, somente Eu existo, e não existe fenômeno algum, seja ele grosseiro, sutil ou primordial” (Bhāgavata Purāṇa, 2.9.33).
Nesse mesmo arcabouço metafísico, os Purāṇas estabelecem a existência de um mundo espiritual identificado com Vaikuṇṭha ou Vraja, que constituem a dimensão ou mundo de Deus, real, eterno e arquetípico. O mundo espiritual, apesar de ser descrito como o céu espiritual, é inconcebível e indescritível, pois sua dimensão é supra material. Essa realidade transcendente é eternamente imanifesta (avyakta). Ou seja, não é um produto das interação dos modos (guṇas) na natureza material, que traz todas as limitações manifestas no tempo e espaço.
Quanto à criação material, em processo de evolução, do imanifesto (asat) surgiu o manifesto (sat):
devānām pūrvye yuge 'sataḥ sad ajāyata
“No início da criação, o manifesto [sat] surgiu do imanifesto [asat]” (Ṛg-Veda, 10.72.2).
O Manu Smṛti também descreve este estado imanifesto do Universo da seguinte for-ma:
āsīd idaṁ tamo bhūtam alakṣaṇam
apratarkhyam avijñeyaṁ prasuptam iva sarvataḥ
“Esse (mundo) existia na forma de Escuridão, imperceptível, destituído de sinais de identificação, inacessível pela razão, incognoscível, completamente imerso, como se estivesse, em sono profundo” (Manu-Smṛti, 1.1.5).
O Śatapatha Brāhmaṇa, também afirma que, na era primordial, a realidade existia de uma forma imanifesta (avyakta):
taddhedaṃ tarhy avyākṛtam āsīt
“Então, naquele momento, havia o imanifesto [avyakta]” (Śatapatha Brāhmaṇa, 14.4.2.15).
Às vezes encontramos a palavra ¬asat traduzida como “o não-ser” e a palavra sat como “o ser”, mas, nesse contexto, essa tradução não se aplica, pois como poderia algo que “é” surgir de algo que “não é”. Este suposto “não ser” nirvânico não poderia ser um vazio estéril, mas sim um esvaziamento prenhe de potencialidade que possibilita a manifestação das ideias espirituais e a criação da realidade material. Por isso, escolhemos traduzir asat como “imanifesto”. Asat, então, seria a dimensão arquetípica espiritual imanifesta (avyakta) que reflete a sua sombra na manifestação material.
Portanto, tudo já existia, em forma potencial, na atmosfera espiritual suprema que é descrita como o céu espiritual:
asac ca sac ca parame vyoman
“Ele, imanifesto (asat) e manifesto (sat), existe no céu supremo” (Ṛg-Veda, 10.6.7).
Na ontologia vaiṣṇava, considera-se que o mundo material é um reflexo invertido do mundo espiritual. A Kaṭha Upaniṣad e a Bhagavad-gītā indicam isso, quando ilustram a existência de uma árvore, uma figueira-de-bengala, que pode ser vista refletida em espelho de água, de uma forma invertida:
ūrdhva-mūlam adhaḥ-śākham aśvatthaṁ prāhur avyayam
“As raízes para cima, os ramos para baixo, se diz, é a árvore aśvattha imperecível”. Bhagavad-gītā 15.1; Kaṭha Upaniṣad 2.3.1)
Segundo essa colocação, a tradição vaiṣṇava conclui que todos os sentimentos, todas as emoções encontradas no plano material, onde se definem as relações mutuas entre seres relativos, são reflexos das relações existentes desses mesmos seres relativos com a Divindade ou Ser absoluto, no plano espiritual.
Esse plano espiritual, que é a morada de Bhagavan Śrī Kṛṣṇa, a Personalidade Suprema da Divindade, é descrito alegoricamente no Brahmā Saṁhitā:
sahasra patra kamalaṁ gokulākhyaṁ mahat padam
tat karṇikāraṁ tad dhāma tad anantāṁśa sambhavam
“O mundo (dhāma) dEle [Kṛṣṇa] que recebe o nome de Gokula é a morada suprema. Ele é o centro (verticílo) de um lótus com mil pétalas e é mantido por uma porção (aṁśa) da energia espiritual [de Baladeva] chamada Ananta” (Brahmā Saṁhitā, 5.2).
karṇikāraṁ mahad-yantraṁ ṣaṭ koṇaṁ vraja kīlakam
ṣaḍ aṅga ṣaṭ padī sthānaṁ prakṛtyā puruṣeṇa ca
“O verticilo desse lótus é um grande yantra (figura) hexagonal com uma base adamantina. As seis partes do mantra situam-se nas seis pétalas do yantra. Nesse yantra estão situados os aspectos predominado (a prakṛti situada no yantra) e predominante (o puruṣa situado no mantra) da Divindade” (Brahmā Saṁhitā, 5.3).
premānanda mahānanda rasenāvasthitaṁ hi yat
jyotī rūpeṇa manunā kāma bījena saṅgatam
“Esse yantra produz uma variedade de rasas (experiências estéticas) de grande bem-aventurança que surgem do Amor Divino (prema). No yantra também situa-se o kāma-bīja, que é um mantra de natureza transcendental” (Brahmā Saṁhitā, 5.4).
A natureza espiritual é inconcebível, pois, sendo não criada (aja), eterna (nitya) e imutável (avyaya), situa-se além das dimensões de tempo e espaço material, não sendo, portanto, objeto de estudos cosmogônicos.
PREÂMBULOS DA CRIAÇÃO
Para os videntes védicos, a origem e evolução do mundo material estão necessariamente associadas ao ato criativo da Deidade Suprema, o Senhor Nārāyaṇa ou Paramātman, que investe sua potência criativa em seu filho unigênito, o demiurgo Brahmā, que subsequentemente, utilizando o substrato cósmico primordial, o fixa e expande até sua magnitude presente.
Dessa forma, compreende-se que o mundo material foi criado por uma Inteligência consciente original, que é a fonte de todas as energias, e não por leis naturais cegas ou por um conjunto de probabilidades baseadas na causalidade ou acaso.
A matéria que constitui o universo material vem da vida, é conservada e não existe somente no tempo-espaço conhecido, mais também em um continuum coexistente conhecido por subtileza. A matéria grosseira pode ser percebida pelos sentidos grosseiros, enquanto que o mesmo não ocorre com a matéria sutil.
Tomando o paradigma védico, aceitamos o mesmo como a abordagem científica para se compreender tanto as entidades cosmológicas como as individuais. Neste contexto, o sistema de metafísica Saṁkhya explica de forma elaborada os preliminares da criação.
Os cosmologistas védicos exploram também o comportamento do Cosmo em sua evolução. Eles postulam que o presente estágio do Universo e de seus corpos, tais como o Sol, a Terra, a Lua e outros planetas, surgiu de um processo evolucionário contínuo. Em outras palavras, eles acreditam que o Universo teve um “início”, está se expandindo e chegará a um fim, quando romper os limite de sua expansão. Então, podemos dizer que este postulado e a primeira versão do conceito do “Universo em expansão”.
REFERÊNCIAS
(1)https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/teoria-big-bang.htm
(2)https://pt.wikipedia.org/wiki/Universo_oscilante
(3)https://www.portalsaofrancisco.com.br/fisica/modelo-ciclico
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