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sábado, 6 de maio de 2017

JUSTIÇA DIVINA

JUSTIÇA DIVINA


Por que as pessoas recebem força de Deus, mesmo quando Ele sabe que elas não estão sendo sinceras ?






      Você deve compreender que Deus quando age, não é movido por noções humanas. Possivelmente Ele faz coisas mesmo sem aquilo que chamamos razão. Em todo caso, as razões não são de espécie humana; acima de tudo,  Deus não tem esse senso de justiça que o homem tem. Por exemplo, quando você vê um homem cheio de ganância por dinheiro, tentando enganar pessoas apenas para ganhar alguns reais a mais, sua ideia de justiça talvez clame que ele seja despojado de todo dinheiro, e reduzido à pobreza. Mas na realidade, você descobre que as coisas acontecem ao contrário. Contudo, essa é somente a aparência das coisas; por trás, existe um quadro completamente diferente. O ganancioso consegue o objeto de sua ganância, mas ele tem que fazer uma troca, desistir de algumas outras possibilidades. Ele consegue dinheiro, mas decai em sua consciência. E então, acontece aquilo que tanto desejou, não se sente assim tão feliz, geralmente, até menos feliz do que antes ; está atormentado pela riqueza que ganhou.

    Você não deve julgar nada pelo sucesso ou fracasso aparente. Pode-se dizer, de modo geral, que Deus dá aquilo que se pede e esse é o melhor modo pelo qual se aprende a lição. Se seu desejo for ignorante, inconsciente, obscuro e egoísta, você cresce em ignorância, inconsciência, obscuridade e egoísmo, quer dizer, afasta-se cada vez mais da verdade e consciência e felicidade, em outras palavras, afasta-se de Deus. Para Deus, contudo, existe apenas uma coisa que é verdadeira, a divina consciência, a divina União. Cada vez que você coloca coisas materiais à sua frente, você se torna mais e mais material, empurra cada vez mais para trás o que é de Deus. Do ponto de vista do ignorante, você pode ter toda a aparência de sucesso maravilhoso, mas este sucesso, do ponto de vista da verdade, é uma terrível derrota, porque você trocou a verdade pela falsidade.

    Julgar pelas aparências, pelo aparente sucesso ou pelo aparente fracasso, é um ato de completa ignorância. Mesmo se a pessoa for completamente empedernida, e tiver aparentemente o máximo de sucesso, existe uma contraparte. Exatamente este endurecimento, este véu que se vai tornando cada vez mais espesso entre a consciência exterior e a verdade interior, torna-se também cada vez mais insuportável. O sucesso exterior tem que ser pago por um preço muito alto.

    Deve-se ser muito grande, muito puro, deve-se ter uma consciência espiritual muito elevada, muito altruísta, para ser capaz de ter sucesso e, contudo, não ser afetado por ele. Como a vida de Jesus mostrou por exemplo. Ele tinha todo o poder, de até ressuscitar os mortos, como de fato o fez. Poderia ter saído da situação de julgamento em que se encontrava, mas não o fez naquele momento. Foi coerente até o final, entregando-se voluntariamente, porque o quis, na verdade, como o exemplo sublime de humildade e do perdão. Por amor suportou até o final e após sua ressurreição, voltou para dar testemunho e nos recordar de seus ensinamentos sagrados.

   Jesus teve todo o sucesso, toda a glória, todo o poder, mas não se afetou por ele, não se confundindo com um humano qualquer. Ele sabia de Quem era filho, sabia de sua origem e de sua missão.



     Não existe nada tão difícil de suportar quanto o sucesso. Esse é o verdadeiro teste na vida. Quando você não tem êxito, você se volta muito naturalmente para si mesmo, para dentro de si, e lá procura conforto para o fracasso exterior. E aqueles que têm a Chama dentro de si e Deus para ajudá-los verdadeiramente, quer dizer, se estão amadurecidos o bastante para conseguir ajuda, se estão prontos para seguir o caminho, eles devem esperar golpes, um depois do outro, porque isso ajuda. Na verdade, esta é a mais poderosa, a mais direta e mais efetiva ajuda. Mas se você tiver sucesso, cuidado! Pergunte-se a que preço o conseguiu. O que é que você tem que pagar pelo sucesso? É claro, existem pessoas de uma espécie diferente. Aqueles que formam além, que estão conscientes de sua alma, que se entregaram completamente; estes podem ter sucesso e o sucesso não os toca. Mas a pessoa tem que se elevar muito alto para ser capaz de suportar o fardo do sucesso. É talvez o último dos testes a que  Deus submete alguém. Ele diz: "Agora que você é nobre e elevado e desprendido, você Me pertence a Mim somente, fá-lo-ei  triunfar. Veremos se você pode suportar o golpe!"

    Aos demônios também Deus dá o que eles pedem. Geralmente é deste modo que seu fim chega mais rápido. Um demônio é um ser consciente. Ele sabe que tem um fim. Ele sabe que a atitude que tomou neste universo destrui-lo-á necessariamente depois de algum tempo. É claro que o tempo do demônio é mais longo que o do humano. Mesmo assim, ele sabe que o fim chegará para ele, porque se separou da Eternidade. O que ele procura é satisfazer seus desejos ao máximo, até o dia de sua condenação, quando a derrota final vier. E possivelmente, se lhe foi permitido viver à sua maneira, a derrota será apressada. É por isso que, no momento em que grandes coisas estão para acontecer, as forças adversas se tornam mais ativas, mais violentamente ativas e aparentemente mais bem sucedidas. Um campo lhes dado por assim dizer, para apressar sua sentença.



ESPAÇO PONTO DE LUZ ROSANA RODRIGUES

Rosana  Ap. Rodrigues é terapeuta e advogada formada pela USP em Águas de São Pedro.  www.espacopontodeluz.blogspot.com / Fones: 19 3482-4028/ 19 98770-3047



terça-feira, 26 de abril de 2016

A Cultura do Estresse: é Preciso Demorar-se...

A Cultura do Estresse: é Preciso Demorar-se

É preciso contra-atacar a superficialidade da cultura do estresse. Essa moderna mediocridade moral de auto-satisfação. É preciso aprender a demorar-se na vida.
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O filósofo e escritor francês renascentista Michel de Montaigne (1533-1592), num de seus estudos – reunidos em “Michel de Montaigne: The Complete Essays”, disse que o tempo é o único governante permanente e absoluto no universo. Um governante escrupulosamente justo, o qual trata a todos de forma absolutamente igual, sem fazer distinção de nenhuma espécie e, por isso, é o grande nivelador perante o qual todos são iguais. Todos têm a mesma quantidade de tempo e a mesma liberdade de escolher o que fazer com ele.

Pensando nestas palavras, vem-me à mente a gravidade com a qual tratamos este tema. Entristece-me perceber no dia-a-dia tantas pessoas a negligenciarem o próprio tempo. Afinal, somos uma sociedade doente que perdeu a capacidade de experenciar, de calar a boca e contemplar, de perceber, de aproveitar, de ouvir, de olhar demoradamente, de demorar-se. Mas, hoje o tempo é só mais uma filosofia que não leva a lugar algum. Vivemos a “cultura do estresse”, pregada e cultuada por muitos. Ambicionada e superestimada por outros tantos. Essa cultura do “não temos tempo para nada”, esses pobres workaholics que vivem como se carregassem uma medalha no peito, orgulhosos por nunca terem tempo. E vivem o estresse como a um particular santuário, como se eles fossem um exemplo a seguir, de vidas corridas e coisas a serem feitas, de coisas acumuladas. As tarefas, as reuniões, os prazos. Este triste tipo de gente que não sabe que o sucesso não é a falta de tempo, é ao contrário. Pessoas que fazem do estresse parte integral da sua existência, da sua personalidade. E o pior é que acham bonito, que as coisas são assim mesmo, goste quem gostar, doa a quem doer e a vida segue…na correria, claro.
É preciso que se esteja sempre às pressas se quiser tirar o melhor desta vida. É preciso viver esgotado. Obter resultados. Porque é assim que se faz. É preciso consumir, é preciso negociar, é preciso ter. Nunca ser, jamais ser, a vida não tem tempo para esse tipo de drama. O sucesso não perde tempo com o pôr-do-sol.
O escritor e pensador David Brooks, do The New York Times, escreveu em seu livro “The Road to Character”, que “vivemos numa sociedade que nos incentiva a pensar em como ter uma grande carreira, mas deixa muitos de nós inarticulado sobre como cultivar a vida interior”. Ele não poderia ser mais acertado. A pressão na qual vivemos para se ter “sucesso” e “admiração” nos transforma num feroz coletivo competidor, boicotando a qualidade de vida, fazendo o caminho contrário a isto. Nas ideias do autor, todo o estresse no qual as pessoas estão acostumadas, e com o qual aceitam viver, provoca um ruído, fazendo com que seja mais difícil de ouvir os sons que emanam das profundezas do nosso ser, não dando espaço para a criatividade e espiritualidade. Ou seja, o estresse, a correria, o trabalho demasiado só faz desconstruir a própria identidade e a busca por uma vida plena. O autor afirma: é preciso se autoconfrontar, ao invés de abraçar a cultura do estresse. O livro promove uma reação “elegante” para um contra-ataque à superficialidade da cultura do estresse, o que o autor chama de “mediocridade moral de auto-satisfação”, o que define a vida moderna.
E segue-se pelo almoço de quinze minutos, pelas horas em que não se passa com os filhos, com a família. Segue-se pelas noites mal dormidas, pelos jantares desmarcados, pelas conversas perdidas, pelos aniversários esquecidos, pelas cervejas que esquentaram. Segue-se pelas luas que não foram contempladas, pela natureza ignorada, pelas férias adiadas. Pela falta de diálogos, pelos celulares ligados, pelos passos apressados. E essa é a vida que a sociedade conhece, vive e aceita. E essa é a vida que muitos adoram viver.
E a vida, que é bonita, encontra neste tipo de gente a sua mais trágica definição: “a vida é curta”. A vida é curta para quem se acha mais importante que ela. A vida é curta para quem entrega-se à tirania do trabalho sem medida, da ambição desenfreada, da armadilha da palavra “sucesso”. Que me perdoe Benjamin Franklin e sua célebre frase “time is money”. Não é. Tempo é muito mais rico que o dinheiro, muito mais abrangente, muito mais generoso, infinitamente mais urgente. Não, a vida não é curta, ela é suficiente.
Mas é preciso que saibamos viver. E saber viver é saber quando parar de correr. Nós seríamos muito mais plenos se fôssemos mais calmos em relação às coisas, às pessoas, às circunstâncias. Se soubéssemos o que é moderação, se tivéssemos a capacidade de combinar todas as necessidades de uma forma igual e integrada em nós mesmos. Mas não, que bela merda de viver a vida, entre uma reunião e outra, entre uma ligação e outra, entre uma ambição e outra.
Quem vive correndo não fecha os olhos nem abre os braços, nem se joga à vulnerabilidade do espontâneo, nem se perde na lógica. Há de se perder a agenda, as previsões. Ser desprevenido. E, ainda assim, ser satisfeito. Ter mais a cabeça nas nuvens do que os pés no chão. Jogar o sapato fora, andar descalço. Desligar o celular. Rir, chorar, viajar, chamar para dançar. Comprar flores. Cozinhar. Aprender que o sucesso se dá pela subtração e não pela soma, saber que menos é mais. Aprender a ser generoso consigo mesmo. Ser generoso com o próprio tempo. Amar-se assim. Demorar-se, demorar-se, demorar-se!
Fonte: texto por Sophia Rocha para OBVIOUS - foto por Petra Österreich para Pixabay

Espaço Ponto de Luz Rosana Rodrigues
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