quarta-feira, 27 de abril de 2016

Os três níveis de consciência

            Os três níveis de consciência



Diagrama do Tai-Chi chinês, representando a integração das polaridades
Yin/Yang.Créditos: facebook.com/vozesdobrasilmpbOficial/


     Os dois primeiros círculos apontam para um primitivo estágio
 de consciênciaonde a realidade está dividida em simples opostos: o lado do
 bem e o lado do mal. 
Não existe nenhum movimento dos pontos, indicando que o indivíduo tem uma 
estrutura praticamente estática, inerte, empedrada. Nessa fase, a percepção
 da realidade só comporta dualidades - "ou estão do meu lado ou são meus 
inimigos", "se isso não é mau, é bom", "gosto do mocinho e odeio o bandido", etc. 
A personalidade é inflexível e as pessoas desse nível, difíceis de lidar. Estão 
identificadas com uma parte ou com a outra. "Sou assim!", e ponto final. Não há 
consideração pelo ponto de vista do outro. Dependendo do lado, são 
consideradas superficialmente bons cidadãos ou malfeitores pela sociedade.

     O par de desenhos seguinte retrata um nível intermediário de consciência,
 em que há a percepção de que, dependendo da perspectiva, algo considerado 
em geral mal, possui também aspectos bons. Ou que nada é puramente prejudicial, 
nem tão somente virtuoso. Aqui existe movimento nas duas "gotas", que aparentam 
um girino, isto é, um ser vivo, com dinamismo orgânico. A perspectiva estática
 dualista é lançada por terra. O indivíduo percebe que é uma mistura de defeitos e 
virtudes, e que é incapaz de determinar, em um certo momento, em dada condição,
 qual parte irá prevalecer. Existe mais flexibilidade com relação ao que se pode
 ser, de acordo com o que a situação exigir. Admite-se amar também os defeitos
 alheios. Mas a atividade dos "pingos" ainda é separada. Ora percebe-se o mal 
em si, ora no outro; se se nota que tem um lado positivo, não é possível a mesma
 observação, no mesmo instante, no outro. Estabelece-se o conflito: para que
 eu seja considerado bom, o outro tem que ser mal. Por isso, em uma discussão é 
quase impossível se sair da defensiva - ou me considero justo e o outro culpado 
ou vice-versa, sentindo-me confortável ou não.

   




















O desenho unificado configura um dinamismo e a ausência de conteúdos
 estagnados e separados. É um estágio avançado de consciência porque
 engloba todos os outros e vai além. Se existe conflito, este se configura
apenas com o(s) outro(s), que não possui(em) a perspectiva total. Vivencia-se
 a dualidade em si e no outro, simultânea e ativamente. Existe aqui a
 flexibilidade e a inflexibilidade, assim como vários outros pares de
opostos, conjugados de maneira temperada, de acordo com a vontade do
sujeito. Mas "vontade" aqui é mais que um mero anseio do Eu, pois engloba
 que o indivíduo faça também aquilo que não é ou seria sua escolha no
momento devido à compreensão de que também percebe a verdade oposta
 dentro de si.

     É preciso pontuar que nenhum desses estágios ocorre de forma estanque
 no ser humano. Do mesmo modo que a última figura contém todas as outras,
as fases anteriores ocorrem ainda de maneira mais ou menos fortuita e
momentânea no terceiro nível, prevalecendo aquele que tiver sido mais desenvolvido.
 Por vezes, um sujeito no primeiro estágio de consciência pode ter um insight
instantâneo do que seja viver no terceiro, e isso pode ser a chave para iniciar
 uma grande mudança de vida. Do mesmo modo, um indivíduo relativamente
 realizado pode de repente "surtar", caindo rapidamente no primeiro ou segundo
 nível, para seu sofrimento.

     Se a figura completa do Tai-Chi for imaginada girando, nota-se que os dois
 pequenos anéis no interior do Yin e do Yang formarão cada qual um círculo e
se manifestará um centro que se aplicará aos dois. Na figura sem movimento
 esse centro não se revela, apenas na dinâmica da vida, nesta em que há
continuamente a alternância de estados, humores e situações. Assim é a
totalidade humana, gerenciada a partir do centro imóvel e imutável, que se
 expressa nas mudanças de estados psíquicos. A psicologia chama a esse centro
 de Si-mesmo.





     Para a filosofia chinesa as mudanças prevalecem sobre as oposições.
 Não existe juízo de valor - um lado ser superior ao outro. Yin não é mal, 
nem Yang o bem. E assim é se se pensar na interação e alternância dessas
 oposições como vida. O primeiro "evoca a ideia de tempo frio e encoberto,
 e aplica-se ao que é interior, enquanto o termo Yang sugere a ideia de
 exposição ao Sol e de calor. Em outros termos, Yang e Yin indicam aspectos
 concretos e antitéticos do tempo. [...] O mundo representa, pois, 'uma totalidade
 de ordem cíclica, constituída pela conjugação de duas manifestações
 alternativas e complementares'" (ELIADE, 2011, p. 26). 

     Em um pequeno tratado está escrito: "Um (aspecto) yin, um (aspecto) yang,
 eis aí o tao". Ou seja, o tao, traduzido aqui como "vida", comporta dois
aspectos opostos que se alternam. Esse vocábulo quer dizer também "caminho",
evocando a imagem de uma trilha a seguir, a ideia de direção de conduta, de regra
 moral, e, por fim, a arte de pôr em comunicação o Céu e a Terra (Ibid. p. 27).
     Portanto, não se deve abrir mão da vida em favor de estados estáticos de
 prazer, nem de dor, no caso dos masoquistas, por mais difícil que isso possa
 parecer. Isso não é vida, mas morte em vida. Vida é movimento, é alternância,
 é mutação. O sofrimento e as doenças mentais advém de querermos
 impor a permanência de estados inconstantes, enquanto que permanente só
pode ser nossa contemplação de sua passagem na nossa caminhada. E é
 claro que em grande parte não temos consciência dessa autoimposição, pois
 a incorporamos culturalmente. Se nos acostumarmos a tomar posição no
centro, poderemos contemplar a totalidade dos processos vitais sem angústia.
 Neste caso alcança-se o verdadeiro estado de felicidade, pois nos colocamos
 no rumo do sentido, sob a direção do centro da personalidade.
(NOTA: A leitura que faço do Tai-Chi é simbólica e aplica-se à psique
 humana, não se vinculando a nenhuma pesquisa científica.)

REFERÊNCIAS
ELIADE, Mircea. História das crenças e das ideias religiosas: de Gautama Buda
 ao triunfo do Cristianismo. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. vol. II.
Fonte: Ponto de vista Lógico


Espaço Ponto de Luz Rosana Rodrigues
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terça-feira, 26 de abril de 2016

David Icke - VACINA H1N1 DESTRÓI sua SAÚDE - Legendado Português Br

A Cultura do Estresse: é Preciso Demorar-se...

A Cultura do Estresse: é Preciso Demorar-se

É preciso contra-atacar a superficialidade da cultura do estresse. Essa moderna mediocridade moral de auto-satisfação. É preciso aprender a demorar-se na vida.
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O filósofo e escritor francês renascentista Michel de Montaigne (1533-1592), num de seus estudos – reunidos em “Michel de Montaigne: The Complete Essays”, disse que o tempo é o único governante permanente e absoluto no universo. Um governante escrupulosamente justo, o qual trata a todos de forma absolutamente igual, sem fazer distinção de nenhuma espécie e, por isso, é o grande nivelador perante o qual todos são iguais. Todos têm a mesma quantidade de tempo e a mesma liberdade de escolher o que fazer com ele.

Pensando nestas palavras, vem-me à mente a gravidade com a qual tratamos este tema. Entristece-me perceber no dia-a-dia tantas pessoas a negligenciarem o próprio tempo. Afinal, somos uma sociedade doente que perdeu a capacidade de experenciar, de calar a boca e contemplar, de perceber, de aproveitar, de ouvir, de olhar demoradamente, de demorar-se. Mas, hoje o tempo é só mais uma filosofia que não leva a lugar algum. Vivemos a “cultura do estresse”, pregada e cultuada por muitos. Ambicionada e superestimada por outros tantos. Essa cultura do “não temos tempo para nada”, esses pobres workaholics que vivem como se carregassem uma medalha no peito, orgulhosos por nunca terem tempo. E vivem o estresse como a um particular santuário, como se eles fossem um exemplo a seguir, de vidas corridas e coisas a serem feitas, de coisas acumuladas. As tarefas, as reuniões, os prazos. Este triste tipo de gente que não sabe que o sucesso não é a falta de tempo, é ao contrário. Pessoas que fazem do estresse parte integral da sua existência, da sua personalidade. E o pior é que acham bonito, que as coisas são assim mesmo, goste quem gostar, doa a quem doer e a vida segue…na correria, claro.
É preciso que se esteja sempre às pressas se quiser tirar o melhor desta vida. É preciso viver esgotado. Obter resultados. Porque é assim que se faz. É preciso consumir, é preciso negociar, é preciso ter. Nunca ser, jamais ser, a vida não tem tempo para esse tipo de drama. O sucesso não perde tempo com o pôr-do-sol.
O escritor e pensador David Brooks, do The New York Times, escreveu em seu livro “The Road to Character”, que “vivemos numa sociedade que nos incentiva a pensar em como ter uma grande carreira, mas deixa muitos de nós inarticulado sobre como cultivar a vida interior”. Ele não poderia ser mais acertado. A pressão na qual vivemos para se ter “sucesso” e “admiração” nos transforma num feroz coletivo competidor, boicotando a qualidade de vida, fazendo o caminho contrário a isto. Nas ideias do autor, todo o estresse no qual as pessoas estão acostumadas, e com o qual aceitam viver, provoca um ruído, fazendo com que seja mais difícil de ouvir os sons que emanam das profundezas do nosso ser, não dando espaço para a criatividade e espiritualidade. Ou seja, o estresse, a correria, o trabalho demasiado só faz desconstruir a própria identidade e a busca por uma vida plena. O autor afirma: é preciso se autoconfrontar, ao invés de abraçar a cultura do estresse. O livro promove uma reação “elegante” para um contra-ataque à superficialidade da cultura do estresse, o que o autor chama de “mediocridade moral de auto-satisfação”, o que define a vida moderna.
E segue-se pelo almoço de quinze minutos, pelas horas em que não se passa com os filhos, com a família. Segue-se pelas noites mal dormidas, pelos jantares desmarcados, pelas conversas perdidas, pelos aniversários esquecidos, pelas cervejas que esquentaram. Segue-se pelas luas que não foram contempladas, pela natureza ignorada, pelas férias adiadas. Pela falta de diálogos, pelos celulares ligados, pelos passos apressados. E essa é a vida que a sociedade conhece, vive e aceita. E essa é a vida que muitos adoram viver.
E a vida, que é bonita, encontra neste tipo de gente a sua mais trágica definição: “a vida é curta”. A vida é curta para quem se acha mais importante que ela. A vida é curta para quem entrega-se à tirania do trabalho sem medida, da ambição desenfreada, da armadilha da palavra “sucesso”. Que me perdoe Benjamin Franklin e sua célebre frase “time is money”. Não é. Tempo é muito mais rico que o dinheiro, muito mais abrangente, muito mais generoso, infinitamente mais urgente. Não, a vida não é curta, ela é suficiente.
Mas é preciso que saibamos viver. E saber viver é saber quando parar de correr. Nós seríamos muito mais plenos se fôssemos mais calmos em relação às coisas, às pessoas, às circunstâncias. Se soubéssemos o que é moderação, se tivéssemos a capacidade de combinar todas as necessidades de uma forma igual e integrada em nós mesmos. Mas não, que bela merda de viver a vida, entre uma reunião e outra, entre uma ligação e outra, entre uma ambição e outra.
Quem vive correndo não fecha os olhos nem abre os braços, nem se joga à vulnerabilidade do espontâneo, nem se perde na lógica. Há de se perder a agenda, as previsões. Ser desprevenido. E, ainda assim, ser satisfeito. Ter mais a cabeça nas nuvens do que os pés no chão. Jogar o sapato fora, andar descalço. Desligar o celular. Rir, chorar, viajar, chamar para dançar. Comprar flores. Cozinhar. Aprender que o sucesso se dá pela subtração e não pela soma, saber que menos é mais. Aprender a ser generoso consigo mesmo. Ser generoso com o próprio tempo. Amar-se assim. Demorar-se, demorar-se, demorar-se!
Fonte: texto por Sophia Rocha para OBVIOUS - foto por Petra Österreich para Pixabay

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segunda-feira, 25 de abril de 2016

O que as outras pessoas pensam de você é a realidade delas e não a sua

O que as outras pessoas pensam de você é a realidade delas e não a sua


O que outras pessoas pensam de você é a realidade delas, e não a sua. Elas sabem o seu nome, mas não a sua história; elas não viveram em sua pele ou calçaram os seus sapatos. Tudo o que os outros sabem sobre você é o que você disse ou o que eles puderam adivinhar, mas eles não conhecem os seus anjos, nem os seus demônios.
Muitas vezes achamos difícil entender a nós mesmos, mas nos aventuramos a decifrar o código dos sentimentos alheios. Você não pode ter certeza do que os outros sentem. Da mesma forma, não pode saber o que viveram e o que aprenderam ou não.
Portanto, não devemos dar importância ao que os outros dizem sobre nós, pois suas palavras são derivadas de uma realidade ilusória que suas mentes criaram com o desejo de saber tudo.
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As pessoas que criticam

Há pessoas que dão opiniões sobre você, sobre sua vida e sobre suas decisões, mesmo que você não tenha pedido. Normalmente são opiniões maliciosas ou desprovidas de critério, cuja única finalidade é a de machucar, humilhar e desfrutar do pesar alheio.
Geralmente essas pessoas têm baixa autoestima, não se aceitam e, por isso, dificilmente poderão aceitar os outros. Essas pessoas colocam rótulos que refletem a realidade de como elas se sentem, projetando assim suas dificuldades emocionais.

Nós somos os únicos que podem mudar nosso caminho

“Viva a sua vida da maneira que quiser, não da maneira que os outros querem que você a viva”
É provável que, se nós pudéssemos entrar no corpo e na mente dos outros, não os julgássemos. Seria um teste real.
Fantasias à parte, temos que assumir como nossa única responsabilidade a ideia de nos valorizarmos e pararmos de nos condenar. O que os outros pensam de nós nos coloca um preço. Ou seja, assim como não deixamos que nos digam o que devemos vestir, não devemos permitir que outros escolham o nosso armário emocional.
Se vivermos de acordo com o que os outros pensam de nós, perderemos nosso estilo e nossa personalidade. Seremos obrigados a usar uma máscara e nossa imagem no espelho refletirá apenas a nossa insegurança e a nossa falta de autoestima. 

Curar nossas partes magoadas pelas críticas

“As pessoas mais infelizes deste mundo são aquelas que se importam muito com o que os outros pensam”
Para curar as feridas emocionais causadas pelas críticas, temos que ter claro, em primeiro lugar, que somos pessoas únicas e excepcionais. Com essa mentalidade, perdemos o medo de sentir e de pensar por nós mesmos.
São os outros que estão julgando e criticando, não você. A crítica não construtiva deixa uma grande pobreza emocional no mundo interior de quem a pratica. Portanto, se a pessoa não parar, nestes momentos você deve ser emocionalmente egoísta e pensar em si próprio.
amor
Afaste-se da negatividade e pense que a sua vida é sempre muito mais fácil quando você não se mete na vida dos outros. A seguir, nós lhe daremos algumas dicas para que você possa fazer isto facilmente:
1. Como mencionado, a consequência direta de acreditar no que os outros pensam e dizem é nos tornarmos alguém que não somos. E, é claro, querer agradar aos outros as custas da nossa identidade não é nada saudável.
2. Você é uma boa mãe? Você é uma pessoa bem-sucedida? Você é inteligente? Você faz o seu trabalho bem? Você gosta dos outros? Perceba quanta energia você perde se preocupando com estas questões.
3. No entanto, os outros pensam sobre nós muito menos do que nós acreditamos. Isto é, muitas vezes nos sentimos o centro das atenções de outras pessoas, quando na verdade, o que fazemos pode não ser tão relevante para muitos dos que nos rodeiam.Esse medo é em grande parte um produto da sua imaginação.
4. Não importa o que você faz e como faz, sempre haverá alguém que interpretará seus atos de forma errada. Então tente viver e agir naturalmente. O que você faz, se estiver se acordo com os seus valores, sempre estará certo. Não tente se justificar, pois se sentirá falso se não sintonizado consigo mesmo.
“Não espere que os outros entendam sua jornada, principalmente se eles nunca andaram no mesmo caminho que você” 
Fonte indicada: A mente é maravilhosa
Espaço Ponto de Luz Rosana Rodrigues
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