O Outono e a Mulher

Reflexões sobre o Outono e a Mulher



À medida que uma Mulher passa de seus anos férteis e vai penetrando no Outono de sua vida, começa a colher os materiais essenciais que a sustentarão e a nutrirão pelo resto da jornada.

O Outono é a estação do amadurecimetno e da maturidade, quando as frutas caem suculentas e doces no chão e finíssimas sementes, delicadas como teias de aranha, são carregadas pelo vento que vai batendo forte para esperar a estação do renascimento e da renovação.
A seiva geradora de vida recua, se recolhendo no cerne para nutrir e sustentar as raízes. As flores deixam cair suas pétalas, uma a uma, galhos quebrados cobrem o chão, folhas se esfarelam com um toque e o solo se cobre de morte e decomposição, preparando as fundações para a criação de vida nova.

O símbolo do Outono é a semente, onde a vida futura jaz comprimida e perfeitamente ordenada dentro de um espaço delicado e flexível. Seca e sem vida por fora, cheia de frágil potencial de crescimento e animação interno, a semente abarca a vida dentro dos braços da morte.
Na vida humana, as tenras sementes do Outono são as sementes do coração e da alma.

Os chineses se referem ao Outono como a estação do Metal, o período em que a mulher aprende a valer-se de suas reservas de disciplina, ordem e perseverança.
A força do Metal a prepara para qualquer situação que possa se apresentar; embora seu corpo possa estar enfraquecendo, seu coração e alma não podem dar-se ao luxo de ser fragéis.
Músculos de percepção, intuição e conhecimento devem ser desenvolvidos e continuamente fortalecidos, pois da mesma forma que o corpo se fortalece através do exercício, também a alma se torna poderosa através da autodisciplina e da atenção concentrada.

A estação do Outono assinala o momento de desenvolver os músculos da alma.

Referência: Na Casa da Lua - Ed. Objetiva - 1998

Sementes Espaço Ponto de Luz de Rosana Rodrigues.