quinta-feira, 2 de abril de 2020

CORONAVIRUS- EXPLICAÇÃO ESPIRITUAL

Medo, Liberdade e Castigo: O que Devemos Pensar sobre o Inferno?

Bhakti-tirtha Swami

Mesmo o inferno sem sofrimento é ruim. Entenda nesta leitura.

            O tópico do diabo, demônios e os planetas infernais é carregado de medos e equívocos. Por esta razão, ele é frequentemente evitado. No entanto, nós devemos compreender esses assuntos de maneira a ter uma visão ampla do ambiente material e funcionar dentro dele como guerreiros espirituais produtivos.
O Local Ideal para Férias
Vamos sair em uma aventura. Vamos fingir que eu tenho um panfleto de viagens em minha mão e estamos tentando decidir onde passar as férias. Eu descreverei um local em particular e nós veremos se você quer ir lá. Uma vez que chegarmos nesse ambiente, não será permitido a ninguém sair por centenas e milhares de vidas. Esse ambiente é planejado sem a sobrevivência humana em mente, e, uma vez que você está nele, você é constantemente perturbado por sua mente, por outras entidades vivas e pela natureza material. Enquanto estiver lá, você terá de lutar para comer, vestir-se e se abrigar. Você está sob vários diferentes tipos de governos opressivos, onde a maioria dos líderes são manipuladores e exploradores. Você está sempre sofrendo de algum tipo de doença, você envelhece todos os dias, e você tem que morrer. Não importa o quanto você se ama, ou o quanto cuida de si mesmo – você vai morrer mesmo assim. Não importa o quanto você se importe com os outros; eles também morrerão. Nesse ambiente, há sempre guerras e preparações para mais guerras. A filosofia básica é: eu mato você, você me mata, nós os matamos, e eles nos matam. Se eu perguntasse: “Você gostaria de ir lá comigo? Vamos nos divertir um pouco”, você provavelmente responderia com um ressoante: “Não! Eu não estou interessado!” Considere isto: nós estamos todos vivendo em um ambiente assim neste exato momento, um ambiente para o qual todos nós escolhemos vir, conscientemente – este mundo material!
Livre-Arbítrio
Uma pessoa pode perguntar: “Se estamos neste tipo de ambiente, temos realmente livre-arbítrio? Nós não queremos envelhecer ou ter doenças. Não queremos lutar tanto apenas para permanecermos vivos. Então, onde está o livre-arbítrio?” Há livre-arbítrio no fato de que você é livre para fazer qualquer escolha que quiser, pelo menos dentro dos limites descritos. Essas escolhas, contudo, trazem consigo consequências.
Somos livres para escolher, mas temos que lidar com as consequências.
Digamos que você vai comer em um restaurante. Você olha o cardápio e pede um tipo particular de sopa. O garçom lhe traz a sopa. Quando você a prova, você não gosta e começa a reclamar. Você pode não ter considerado completamente a combinação de ingredientes ou a competência do cozinheiro, mas foi isso o que você pediu e foi precisamente isso o que você recebeu. Essa é a natureza do livre-arbítrio. Nós temos toda a capacidade para fazermos uma escolha; nós podemos apertar qualquer botão que quisermos. Contudo, quando apertamos um botão, temos que assumir a responsabilidade pelo que acontecer. A reação é predestinada, mas é ativada por nossa escolha.
Assim, tanto o livre-arbítrio como a predestinação são realidades. Nós somos responsáveis por todas as situações em que nos encontramos. Essa conclusão é um tanto difícil de aceitar, especialmente na cultura moderna dos dias atuais, a qual nos dirige a encontrar alguém ou algo para culpar quando as coisas dão errado. Estejam os indivíduos sofrendo de câncer, conflitos familiares, problemas legais ou qualquer outro grande problema, a verdade é que eles mesmos trouxeram essas situações para si. Olhemos para as doenças. Mesmo a medicina moderna aceita que algumas doenças são psicossomáticas. A mente pode e de fato afeta o corpo; ela afeta toda a matéria. O sutil afeta o grosseiro, e o grosseiro influencia o sutil.
Nossas situações são arranjadas por agentes superiores para nos permitir ficarmos cansados de tentar manipular a energia material. Por não apreciar devidamente a beleza do relacionamento com o Senhor, a humanidade recebe um campo temporário para agir conforme seus desejos. Esse ambiente é planejado para nos causar frustração, desgosto e desapontamento, para nos tornar contemplativos e introspectivos. No final das contas, serve para nos dirigir para longe do mundo temporário, em favor do que é eterno. Isso é arranjado para nós para compreendermos, por fim, que nossa felicidade não está no interesse pela energia material, mas em servir ao Senhor incondicionalmente, dessa forma tornando-nos completos novamente.
A vida é um jogo no qual devemos restabelecer nossa verdadeira identidade. Infelizmente, nós frequentemente jogamos de acordo com nossas próprias regras, como crianças que inventam as coisas conforme jogam. Crianças às vezes brincam nas ruas. Apesar de perigoso, ainda assim isso tem um grande apelo para elas. Por agir segundo esse desejo, elas se colocam em uma situação muito precária. Como crianças, nós precisamos aprender a importância de assumirmos a responsabilidade por nosso livre-arbítrio e a importância de utilizá-lo com sabedoria. A não ser que façamos isso, nós jamais conseguiremos reciprocar apropriadamente em relacionamentos amorosos. O livre-arbítrio é imprescindível em um relacionamento amoroso porque não pode existir amor sem a oportunidade de se opor a esse amor. Não pode existir uma apreciação sem a oportunidade de expressá-la através da escolha. Se nós somos feitos à imagem do Divino, então, assim como Deus tem livre-arbítrio, nós também temos. A dificuldade surge de nossa incapacidade de compreender, ou aceitar, que não é benéfico tentar utilizar nosso livre-arbítrio separados de Deus. Isso é porque somos partes integrantes de Deus, um pequeno fragmento do todo, mas não somos o todo-completo. Como partes do todo, nossa função é servir o todo. O todo certamente não deve servir a parte. Por exemplo, imagine se seu estômago tentasse comer por conta própria e dissesse à boca: “Eu estou cansado de você sempre obter a comida primeiro. Eu acho que eu devo obtê-la primeiro.” Isso seria impossível. Uma parte não pode funcionar apropriadamente separada do todo. Essa é a ordem natural do universo.
Conforme compreendemos mais e mais como somos responsáveis pelo que vivenciamos, podemos fazer arranjos para vivenciar aquilo que é mais auspicioso, e seremos capazes de avaliar as coisas das quais realmente precisamos. É importante nos concentrarmos mais no que precisamos do que no que queremos, porque muito do que queremos complica nossa vida desnecessariamente. A resposta é nos aproximarmos da Divindade nesta postura: “Seja feita a Vossa vontade. Usai-me para Vossos propósitos.” Nós, então, estaremos plenamente disponíveis para o serviço ao Senhor.
Por que Coisas Ruins Acontecem com Pessoas Boas?
Nós iremos agora examinar o conceito de mal. Alguém pode se perguntar: “Mas se Deus é completamente bom e nada pode acontecer fora de Seu controle, como pode existir o mal no mundo? Como pode um Deus todo-misericordioso e beneficente trazer, permitir e ser responsável pelo mal? Por outro lado, se algo de fato acontece fora do controle do Senhor, isso quer dizer que o mal é tão poderoso quanto o Senhor? Poderia o diabo de fato ser supremo?” A resposta começa com a premissa de que Deus é totalmente bom e totalmente amoroso. É verdade que milhões de pessoas não têm nem mesmo água potável para beber. Milhões de pessoas estão morrendo de fome. Milhões de pessoas são refugiadas. Existe fome, seca e guerras em toda parte. Doenças dizimam a população mundial. Como explicamos esses acontecimentos?
Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?
Considere uma prisão. Quando você vai à prisão, você compreende que não é um local de férias ou um palácio, nem deveria ser. Uma prisão é um ambiente para reabilitação e retificação, não para desfrute. Este mundo material é uma prisão, sendo sua natureza de sofrimento e miséria. Sempre existirão guerras no mundo material. Sempre existirão doença e morte. Esses fenômenos não são naturais, porque estamos em uma posição antinatural. Contudo, temos dentro de nós a capacidade de retificar a situação através do uso apropriado de nosso livre-arbítrio. Na proporção em que nos identificamos com o material, ou com o antinatural, o mal é uma realidade para nós. O mal é tão real e tão penetrante quanto as percepções e pensamentos de uma pessoa. Se nossa consciência é pura, nós percebemos que a única realidade é o mundo espiritual. Quanto mais materialmente contaminada é a nossa consciência, mais o mundo material, com sua miséria e dor, tem influência sobre nós.
Portanto, o mal não existe, e, ao mesmo tempo, todo este cosmo material é abastecido pelo mal. A baixa consciência global neste momento atraiu este mal, e Deus permite que ele permaneça. Por quê? Porque sofrer as consequências de seu comportamento pode impulsionar uma pessoa em direção ao bem absoluto, assim como o castigo dos pais pode incutir nos filhos o comportamento correto. Uma pessoa pode ver o castigo dos pais como negativo, mas, de fato, ele é uma expressão de amor. As pessoas atraem o castigo para si com base nas ações que cometem, mas isso deve ser visto menos como um castigo imposto, e mais como um resultado natural da ação imprópria. Esse tipo de pensamento nos ajuda a apreciar as oportunidades para crescimento proporcionadas por nossos desafios.
Devido a uma má compreensão destes pontos, as pessoas acreditam que Deus e o mal são conceitos mutuamente excludentes. Vistos de uma perspectiva mais transcendental, contudo, esses dois opostos estão integralmente relacionados, assim como os dois lados de uma moeda estão relacionados. Novamente, nós todos temos a escolha de servir a Deus ou de nos concentrarmos em servir a nós mesmos. O motivo de estarmos nesta prisão de misérias é o nosso desejo de servir a nós mesmos. Por escolhermos não servir a Deus, nós recebemos reações dolorosas.
Males que Vêm para Bem
Qualquer que seja sua situação, diga para si mesmo: “Como eu posso aprender com essa situação? Por alguma razão, ela surgiu para mim. Já que o Senhor é meu benquerente e é misericordioso, magnânimo e muito preocupado com meu bem-estar, esta situação está ocorrendo para o meu próprio aprimoramento, para meu próprio crescimento.” Portanto, em toda situação, pergunte a si próprio: “Como eu posso usar esta situação para aumentar minha compreensão, meus sentimentos e minhas relações amorosas?” Se você fizer isso, cada situação trará à tona crescimento e progresso.
A forma como vemos eventos positivos também é importante. Se quando algo positivo acontece, sentimos que é por nosso mérito e questionamos por que Deus demorou tanto para prover essa situação, não estamos praticando a consciência de gratidão apropriada. Entretanto, se usamos apropriadamente o que temos e aceitamos quaisquer complementos ou aprimoramentos com a atitude de que não somos realmente merecedores, mas ainda assim somos gratos pelo que o Senhor enviou, então haverá progresso espiritual. Quando surgirem situações positivas, utilize-as com uma consciência de gratidão e apreciação. Da mesma forma, quando surgirem situações negativas, utilize-as para ganhar força e coragem.
Obviamente, é mais fácil falar do que fazer. Mas cada ação tem sua raiz em um pensamento ou reflexão. Se você acredita que algo é possível e você seriamente tenta trazer a situação à tona, ela pode se tornar uma realidade. Contudo, se você nem mesmo considera as possibilidades e não tenta, o potencial para o sucesso é, no mínimo, limitado. Lembre-se sempre, portanto, que sua consciência pode diminuir o sofrimento. Você já percebeu que há certas pessoas que, mesmo quando expostas a uma doença contagiosa, não são infectadas? E quando tais pessoas de fato adoecem, elas conseguem restaurar a saúde de seu corpo muito rapidamente? Enquanto estão doentes, seu vigor está alto e elas nem mesmo parecem doentes. Isso ocorre porque elas não aceitam a doença em seus padrões de pensamento. Sua consciência é de saúde e bem-estar. Mudar nossa consciência pode ser um poderoso antídoto contra a dor e levar a uma rápida recuperação.
Demônios: O que Diabos São Eles?
O demônio é tido como aquele que causa o mal no mundo. As crianças são às vezes coagidas a se comportarem através da ameaça de que o “bicho-papão” vai pegá-las. Como um adulto, o bicho papão se torna o demônio, e o medo permanece. Contudo, se você se recusa a lhes dar poder, então não há muita coisa que eles possam fazer a você. A pessoa louca pensa que uma vara é realmente uma cobra, e age de acordo. Uma pessoa sã vê a vara, compreende e não sente medo. Similarmente, nós criamos muitas coisas que são reais para nós apenas porque permitimos que elas sejam reais. O que assume precedência em nossa vida está baseado em onde concentramos nossa energia. Existem muitas situações aceitas por nós como prioritárias que, na verdade, são de pouca importância. De modo inverso, há muitas prioridades muito importantes que nós apagamos de nossa consciência. Isso mostra o quanto a mente é poderosa. A mente pode agir como nosso próprio demônio pessoal se deixarmos. Se aceitarmos algo mentalmente, temos que agir dessa forma.
Por exemplo, se alguém me diz: “Você é tão feio que me dói a vista olhar para o seu rosto”, eu posso responder de diversas maneiras. Eu posso aceitar as palavras literalmente e ficar irado e furioso. Eu posso sentir que eu tenho que responder para a pessoa na mesma moeda. Eu posso olhar no espelho apenas para ver o quanto eu sou feio. Eu posso procurar um cirurgião plástico. Eu poderia fazer todos os tipos de coisa. Ou eu posso simplesmente não me permitir me identificar com esse ataque. Se eu não o aceitar, não terei de me ocupar em nenhuma atividade para rebatê-lo. Eu não preciso provar nada; eu não preciso modificar meu comportamento em nenhuma direção em particular.
Uma vez que nos identificamos com a mente aceitando o que ela nos oferece, então não só aceitamos os pensamentos, mas também os sentimentos, associações, condicionamentos e padrões de comportamento correspondentes. Gostando ou não, nós aceitamos o pacote completo. Nós devemos encontrar maneiras de evitarmos de nos identificar e sermos levados pela mente, para que possamos sempre fazer de tudo o que acontece uma parte da experiência de crescimento.
Existem muitos tipos de influências negativas. Um tipo de influência são formas de pensamento. Todo pensamento que é criado pelos habitantes deste planeta alcança a plataforma etérea, o aspecto sutil do ar. Formas de pensamento assumem vida própria, influenciando indivíduos e coletivos. Quanto mais negativos os pensamentos, mais negativa a influência. Quanto mais positivos os pensamentos, mais positiva a influência. Os semelhantes se atraem. A consciência do indivíduo se torna a consciência do grupo, a qual se manifesta como a consciência coletiva do planeta.
Nós podemos fazer de nossa mente o lar de seres hostis. Esses seres são a fonte daquelas vozes malignas que esperam no fundo, aguardando alguém sintonizar sua consciência nelas; eles são aqueles que estão dispostos a correr riscos para nos levar a colocar em perigo nossas próprias vidas e as vidas de outros em aventuras ousadas. Essas vozes pertencem a entidades sutis. Há três maneiras de uma pessoa reagir ao que ela está ouvindo: rejeitar imediatamente, aceitar como verdadeiro e apagar, ou aceitar e agir de acordo. O volume de resistência que uma pessoa tem a essas formas negativas de pensamento irá determinar qual ação será tomada. Aqueles com menos resistência podem ser influenciados por energias negativas porque se permitiram entrar em sintonia com elas. As vozes tornam-se a realidade para elas, muitas vezes com atos insanos como resultado. Se escolhermos rejeitar mensagens negativas, não apenas essas entidades não terão influência sobre nós, mas elas nem mesmo se dirigirão a nós. Portanto, nós não as tornaremos uma realidade.
Nos dias atuais, precisamos nos fortalecer contra o mal que está presente na atmosfera. Entidades inferiores e superiores estão constantemente lutando pelo controle. A mente constantemente flerta entre uma e outra polaridade, sendo controlada até certo ponto pelos ambientes e associações da pessoa. Frequentemente, para muitas pessoas, o eu inferior está se tornando dominante, e esses indivíduos estão se tornando cada vez mais pecaminosos. O eu superior está sendo coberto por luxúria, ira e cobiça. As pessoas estão gradualmente perdendo a capacidade de controlar e manipular seus próprios corpos. Elas estão perdendo sua independência e se tornando fantoches de sua mente e de seus sentidos. Nós devemos examinar essa escravização, pois os objetos em que nos focamos enquanto vivos se relacionam diretamente com o foco que haverá no momento da morte – e além.
A Alma: Na Morte e Além
Após a morte, as almas podem experimentar prazer nos planetas celestiais ou dor nos planetas infernais, ou também podem vir para os planetas terrestres intermediários, que oferecem um equilíbrio entre ambos.
Algumas almas podem viver milhares de vidas antes de terem a oportunidade de voltarem a uma forma física dentro desta atmosfera terrestre em particular. Os requerimentos cármicos e arranjos exatos que elas necessitam para sua reentrada podem não estar disponíveis – por exemplo, os pais adequados ou o ambiente físico apropriado. Por outro lado, algumas pessoas podem ter tantas coisas para fazer dentro de um ambiente, como esta Terra, que elas são enviadas de volta imediatamente. Neste momento, há muitas almas que passaram longos períodos esperando para reentrarem em nossa atmosfera.
Abortos contribuem para a escassez de oportunidades adequadas para assumir outro corpo terrestre. Conforme aumenta o número de abortos, cresce o número de almas necessitadas de corpos. Dessa forma, a duração de tempo que leva para as almas reentrarem também aumenta. Porque o plano astral está congestionado, o transbordamento de energia e agitação resultantes estão bombardeando a população em geral daqui, causando um aumento de caos no planeta.
Alguém pode se perguntar se, de alguma forma, é possível evitar todo esse procedimento pós-morte. Sim, é possível. Às vezes, uma alma pode ter uma conexão muito poderosa com um agente do Senhor Supremo, assim como um homem rico pode ter um poderoso e bem conhecido advogado para representá-lo em uma corte da lei. Se o agente, como o guru, é de alta qualidade, então às vezes a situação pode ser resolvida sem ter de aparecer perante o quadro cármico. Geralmente é esse o caso se a alma está conectada ao sistema transcendental e não é mais apegada às limitações do mundo material.
Jesus e outros profetas enfatizaram estar no mundo mas não ser do mundo. Você está neste corpo agora, mas, se você compreende que este corpo é uma roupa, você não ficará preso à identificação e ao apego excessivos a ele. Dessa forma, quando abandonar seu corpo, você não terá de ser posto em uma situação para trabalhar seus apegos materiais. Deus, na verdade, não o castiga ou recompensa. Ele simplesmente provê uma situação na qual você poderá experimentar como é ser explorado. Se você está preocupado com pensamentos sobre a divindade, a espiritualidade e a transcendência, seu corpo está se tornando espiritualizado, e é só questão de tempo até você alcançar a dimensão espiritual.
Os Planetas Infernais
Muitos de nós estamos familiarizados com os antigos pregadores do fogo e enxofre que estão eternamente prevendo o escaldante fim de uma vida pecaminosa. Eles advertem que os pecadores irão queimar para sempre em uma existência escura e infernal. Essa concepção pode levar à relutância em adorar um Deus que Se propõe a lançar Seus filhos, partes dEle mesmo, em uma fornalha terrível pela eternidade. Castigo, por definição, é uma forma de retificação, não de aniquilação. Nós condenaríamos quaisquer pais na sociedade que tratassem sua prole de maneira tão cruel a ponto de matá-los por um pequeno erro, ou mesmo por um grande. Por que, então, aceitamos uma visão tão cruel do Deus do amor, sem contestarmos? Dada a natureza amorosa de Deus, o conceito de um inferno no qual queimamos eternamente não pode ser real. Isso é verdade mesmo se dissermos que o inferno é controlado pelo Diabo. Seria o Diabo mais poderoso do que Deus, de forma que Deus não possa Se conectar novamente com uma alma que esteja no inferno? O conceito de inferno é mais complexo do que como normalmente se lida com ele. Ele, na verdade, se baseia em castigo de acordo com as necessidades de cada indivíduo.
É importante compreender o inferno para que a pessoa esteja equipada com conhecimento para se afastar dele o máximo possível. Pode-se encorajar uma criança mostrando a ela coisas positivas. Mesmo assim, uma compreensão do que pode acontecer caso ela se aproxime do negativo pode conduzir a uma ação mais focada e premeditada. Conhecimento sobre os planetas infernais pode trazer à tona um medo necessário para que a pessoa permaneça fortalecida e focada no Divino.
Há centenas e milhares de planetas infernais que a alma pode ter de visitar. Apesar de serem reais em um sentido, sua existência é baseada na consciência da pessoa. O inferno é, na realidade, um conceito mental, e é experimentado de acordo com diversas variáveis. A experiência é baseada na cultura, religião, compreensão e consciência da pessoa. Certamente se baseia nos pecados de alguém: o tipo, a qualidade e a extensão de suas más ações.
Animais não vão para o inferno. A consciência do animal se adapta e prossegue para o nível seguinte automaticamente, porque o animal não é responsabilizado por suas ações. Dessa forma, o animal ganha corpos superiores sucessivamente até alcançar a plataforma humana. Somente na forma humana, onde existe inteligência racional para buscar a autorrealização, há responsabilidade. É na forma humana que se espera que compreendamos nosso relacionamento de prestação de serviço para com o Senhor. O corpo humano é um “corpo de escape”: existe mais oportunidade de escapar do ciclo de repetidos nascimentos e mortes enquanto estamos nesta forma. Contudo, de acordo com nossas ações, podemos não ser capazes de escapar da reação dos planetas infernais. Isso dependerá de nossa consciência.
Nos reinos infernais, nossos desejos se tornam nossos maiores inimigos. Eles nos bombardeiam e, por fim, nos frustram, porque não podem ser satisfeitos. Cada inferno é designado para acomodar diferentes atividades pecaminosas. Uma pessoa que ama torturar e matar pequenas criaturas e entidades inferiores tem de pagar o preço de ser atacada pelos mesmos tipos de criaturas que ela abusou ou matou. As sensações de dor, miséria e tormento são experimentadas repetidamente, pois a alma não morre. Aqueles que gostam de cozinhar animais vivos, como caranguejos, lagostas e outros crustáceos marinhos, em água fervente simplesmente para satisfazer o paladar, irão experimentar como é isso. Eles próprios serão jogados em um tonel de água fervente, mas não morrerão. Eles terão de experimentar e suportar tais sensações dolorosas repetidamente.
Um tipo especial de inferno existe para administradores, reis, políticos e membros do governo que cometem extorsão ou punem pessoas inocentes. Porque são responsáveis por muitas vidas, há uma penalidade severa para o mau uso de sua posição. Eles serão esmagados entre dois enormes rolos, tão facilmente quanto a cana de açúcar é esmagada para remover o suco. Eles sentirão seus órgãos internos sendo amassados e, mais uma vez, não morrerão. Eles viverão essas experiências dolorosas muitas e muitas vezes.
Outro tipo de inferno aguarda aqueles que se entregam consistentemente ao sexo ilícito, o sexo que não é selado pela santidade do casamento. Eles irão para um ambiente que é sobrecarregado sexualmente, e imagens mentais irão sugerir que eles estão com o sexo oposto. Mas eles se darão conta de que, na verdade, estão abraçando uma efígie de ferro incandescente. Eles sofrerão queimaduras e sentirão o calor intolerável dessa efígie, mas não serão capazes de soltá-la. Eles experimentarão essa dor repetidas vezes.
Saindo do Inferno
Apesar dessas almas estarem vivenciado repetido sofrimento, o sofrimento não é eterno. Deus não permitiria que sofrêssemos eternamente, porque isso anularia o propósito da reformação. Enquanto uma alma está passando pelo castigo, ela simplesmente sente que o sofrimento vai durar para sempre. Um dos aspectos mais importantes de passar pelos ambientes infernais é o fato de ser deixada na consciência uma impressão que torna extremamente desconfortável buscar aquela linha de ação novamente.
Às vezes, impressões que foram marcadas no corpo sutil devido a experiências em uma vida anterior afetam diretamente o presente. Pesadelos às vezes ocorrem devido à recordação de uma visita aos reinos infernais. Uma pessoa pode ter uma fobia muito intensa com origem em alguma vida anterior. Filmes que vemos podem desencadear algo em nossa consciência que vem de experiências em outros ambientes, tais como os planetas infernais. Em muitos casos, pessoas que estão se preparando para abandonar morrer podem ver entidades dos planetas infernais e ficarem amedrontadas a ponto de começarem a defecar ou urinar ou gritar por ajuda. Isso ocorre porque, de acordo com nossa qualidade no momento em que deixamos o corpo, nós ganhamos uma experiência inicial que é reforçada posteriormente. Essa experiência geralmente envolve ser levado aos planetas inferiores por agentes da escuridão (se tivermos sido pecaminosos) ou aos planetas superiores por agentes da luz (se tivermos sido piedosos).
Inferno no Céu
Em algumas categorias de planetas infernais, não existe tortura. Existe o que são chamados de planetas celestiais subterrâneos. Alguém pode se perguntar por que eles são classificados como inferno. Por definição, inferno refere-se a quão pouca consciência de Deus existe. Nos planetas celestiais subterrâneos, há uma intensa atmosfera de gratificação dos sentidos e desfrute pessoal, até mesmo em quantidade maior do que em alguns dos planetas celestiais superiores. Contudo, há pouca ou nenhuma consciência de Deus. Certos tipos de almas entram nesses planetas e sofrem ali. É como estar confinado em casa. O ambiente parece agradável, mas, ainda assim, é uma forma de encarceramento porque as almas estão aprisionadas por seus desejos de servir aos próprios sentidos ao invés de Deus. Tentativas de servir o corpo, a mente e os sentidos ao invés do Senhor, resultam, no final, em sofrimento.
Uma vez que tenhamos sido expostos a esse tipo de informação, nossa energia deve ser focada em como podemos restabelecer nosso relacionamento com Deus, agindo em nosso papel natural como Seus servos. Quanto mais aumenta o nosso desejo de servir o Senhor, mais provisões são feitas para que jamais tenhamos que nos preocupar com essas experiências materiais novamente. O medo é natural, mas o poder do amor substitui tudo neste mundo material. Aumentando nossa consciência, podemos nos alinhar com a fonte de todo o amor e nos preocuparmos com a sociedade que está rapidamente se degradando.
O Amor É Superior ao Medo
Muitos foram criados para temer o inferno, e até mesmo Deus, mas o poder do amor é a força mais forte na criação. Uma criança imatura tem respostas condicionadas, baseadas em recompensas e castigos. Castigos incutem medo, mas, conforme a criança amadurece, o comportamento se baseia no amor. Dessa forma, a criança pensa: “A mamãe e o papai ficarão chateados se eu fizer isso; então eu não vou fazer.” Quando o amor não é tão fundamentado, a criança pensa: “Eu não devo fazer isso, pois, se eu fizer, eu serei castigado.”
Similarmente, quando nossa espiritualidade não é muito profunda, nosso relacionamento com o Senhor Supremo é baseado em recompensas, castigo e medo. Nós não nos comportamos de determinadas maneiras porque não queremos ser castigados. Conforme amadurecemos, nossas escolhas de agir ou não agir não se baseiam mais em medo. Ao invés disso, são determinadas por nossa vontade de prestar serviço imotivado, e nós nos tornamos ávidos por fazer o que é necessário motivados por amor genuíno. Conforme a rendição se torna profunda e sincera, o Senhor reciproca com bênçãos e graças proporcionalmente. Em última análise, tudo é baseado em nossa rendição e em nossa devoção.
A presença do medo indica que há uma qualidade baixa de amor em nossas vidas, uma fraqueza em nosso relacionamento com Deus. Como filhos de Deus, queremos agir em harmonia com a vontade de Deus por causa de nosso amor por Ele.

Hare Krishna 
Via Amigos de  Krishna.

domingo, 29 de março de 2020

Uma carta da Itália para o Reino Unido - sobre a experiência do isolamento - Coronavirus



Uma carta da Itália para o Reino Unido: é isso que sabemos sobre o seu futuro

Uma autora em Roma descreve o que esperar com base em suas experiências de bloqueio

 Uma Roma deserta: 'Estamos apenas a alguns passos à sua frente no caminho do tempo.' Foto: Stefano Montesi / Corbis via Getty Images

A aclamada romancista italiana Francesca Melandri, que está trancada em Roma há quase três semanas devido ao surto de Covid-19, escreveu uma carta aos colegas europeus "do seu futuro", descrevendo o leque de emoções que as pessoas provavelmente sentirão durante as próximas semanas.
Estou escrevendo para você da Itália , o que significa que estou escrevendo para o seu futuro. Agora estamos onde você estará em alguns dias. Os gráficos da epidemia mostram todos nós entrelaçados em uma dança paralela.
Estamos apenas a alguns passos à sua frente no caminho do tempo, assim como Wuhan estava algumas semanas à nossa frente. Nós o observamos como você se comporta exatamente como nós. Você mantém os mesmos argumentos que fizemos até pouco tempo atrás, entre aqueles que ainda dizem "é apenas uma gripe, por que toda essa confusão?" e aqueles que já entenderam.

Enquanto o observamos daqui, do seu futuro, sabemos que muitos de vocês, como lhe disseram para se trancarem em suas casas, citou Orwell, alguns até Hobbes. Mas em breve você estará ocupado demais para isso.
Primeiro de tudo, você vai comer. Não apenas porque será uma das poucas últimas coisas que você ainda poderá fazer.
Você encontrará dezenas de grupos de redes sociais com tutoriais sobre como gastar seu tempo livre de maneira proveitosa. Você se juntará a todos e depois os ignorará completamente depois de alguns dias.
Você puxará literatura apocalíptica de suas estantes de livros, mas logo descobrirá que não está com vontade de ler nada.
Você vai comer de novo. Você não vai dormir bem. Vocês se perguntarão o que está acontecendo com a democracia.



Você terá uma vida social online imparável - no Messenger, WhatsApp, Skype, Zoom ...
Você sentirá falta de seus filhos adultos como nunca sentiu antes; a percepção de que você não tem idéia de quando os verá novamente o atingirá como um soco no peito.
Ressentimentos e desentendimentos antigos parecerão irrelevantes. Você telefonará para pessoas com quem jurou nunca mais falar, para perguntar: "Como você está?" Muitas mulheres serão espancadas em suas casas.
Você se perguntará o que está acontecendo com todos aqueles que não podem ficar em casa porque não têm um. Você se sentirá vulnerável ao fazer compras nas ruas desertas, principalmente se for mulher. Você se perguntará se é assim que as sociedades entram em colapso. Isso realmente acontece tão rápido? Você bloqueará esses pensamentos e, quando voltar para casa, comerá novamente.
Você vai ganhar peso. Você procurará por treinamento físico online.
Você vai rir. Você vai rir muito. Você exibirá um humor de forca que nunca teve antes. Mesmo as pessoas que sempre levaram tudo a sério a sério contemplarão o absurdo da vida, do universo e de tudo.
Você marcará reuniões nas filas dos supermercados com seus amigos e amantes, para vê-los pessoalmente pessoalmente, cumprindo o tempo todo as regras de distanciamento social.
Você contará todas as coisas que não precisa.
A verdadeira natureza das pessoas ao seu redor será revelada com total clareza. Você terá confirmações e surpresas.
Os literatos que foram onipresentes nas notícias desaparecerão, suas opiniões repentinamente irrelevantes; alguns se refugiam em racionalizações tão carentes de empatia que as pessoas param de ouvi-las. Em vez disso, as pessoas que você ignorou se revelarão tranquilizadoras, generosas, confiáveis, pragmáticas e clarividentes.
Aqueles que o convidam a ver toda essa bagunça como uma oportunidade de renovação planetária o ajudarão a colocar as coisas em uma perspectiva mais ampla. Você também vai encontrá-los terrivelmente irritante: agradável, o planeta está respirando melhor por causa do CO pela metade 2 emissões, mas como você vai pagar suas contas no próximo mês?
Você não entenderá se testemunhar o nascimento de um novo mundo é mais um caso grandioso ou miserável.
Você tocará música em suas janelas e gramados. Quando você nos viu cantando ópera de nossas varandas, pensou "ah, aqueles italianos". Mas nós sabemos que você também cantará músicas inspiradoras. E quando você explodir I Will Survive de suas janelas, nós assistiremos você e assentiremos como as pessoas de Wuhan, que cantaram em suas janelas em fevereiro, assentiram enquanto nos observavam.
Muitos de vocês adormecem jurando que a primeira coisa que farão assim que o bloqueio terminar é pedir o divórcio.
Muitas crianças serão concebidas.
Seus filhos serão educados online. Serão incômodos horríveis; eles vão te dar alegria.
As pessoas idosas o desobedecerão como adolescentes desordeiros: você terá que lutar com eles para proibi-los de sair, de se infectar e morrer.
Você tentará não pensar nas mortes solitárias dentro da UTI.
Você vai querer cobrir com pétalas de rosa todas as etapas dos trabalhadores médicos.
Você será informado de que a sociedade está unida em um esforço comunitário, de que todos estão no mesmo barco. Isso será verdade. Essa experiência mudará para sempre como você se percebe como parte individual de um todo maior.
Classe, no entanto, fará toda a diferença. Estar trancado em uma casa com um belo jardim ou em um conjunto habitacional superlotado não será o mesmo. Nem é capaz de continuar trabalhando em casa ou ver seu trabalho desaparecer. Aquele barco em que você estará navegando para derrotar a epidemia não parecerá o mesmo para todos, nem será o mesmo para todos: nunca foi.
Em algum momento, você perceberá que é difícil. Você terá medo. Você compartilhará seu medo com seus entes queridos, ou guardará para si mesmos para não sobrecarregá-los também.
Você vai comer de novo.
Estamos na Itália e é isso que sabemos sobre o seu futuro. Mas é apenas uma previsão do futuro em pequena escala. Somos videntes muito discretos.
Se voltarmos o olhar para o futuro mais distante, o futuro que é desconhecido para você e para nós também, só podemos lhe dizer isso: quando tudo isso acabar, o mundo não será o mesmo.
© Francesca Melandri 2020

Hare Krishna 
Espaço Ponto de Luz 
Rosana Rodrigues Freedman

terça-feira, 23 de abril de 2019

REENCARNAÇÃO COMPROVADA EMPIRICAMENTE PELA PRIMEIRA VEZ EM ESTUDOS CIENTÍFICOS ***REINCARNATION EMPIRICALLY PROVEN FOR THE FIRST TIME IN SCIENTIFIC STUDIES

                                                    Vida Após a Vida



                                          Devamrita Swami
                                          (Trecho da obra Em Busca da Índia Védica)

Histórias bobinhas de reencarnação têm passagem certa por tabloides e revistas de fofoca, mas um número crescente de pesquisadores eruditos está discretamente acumulando uma formidável soma de evidências que apontam para vidas pretéritas.

A morte é o teste ácido védico. Nesse momento, examina-se o nível de consciência que cultivamos durante a vida. Esse princípio é explicado na Bhagavad-gita (8.6): “Qualquer estado de ser de que nos recordemos ao deixar o corpo, esse estado por certo obteremos”.

O que é tal coisa que está mudando de corpo em vidas passadas, presentes e futuras? As marcas e o modus operandi da alma são visíveis, embora a alma em si seja invisível à visão material direta. O verso seguinte da Gita aconselha: “Aquele que mora no corpo jamais pode ser morto. Em razão disso, você não precisa se lamentar por nenhum ser vivo”.

Os textos védicos nos fornecem informações precisas sobre como a entidade viva, a alma espiritual, transfere-se de um corpo a outro. As leis védicas do cosmos entendidas como governantes dessa transmigração estão certamente longe da jurisdição de nossa ciência empírica. Parece natural, porém, que, por fim, voltaremos nossa atenção a essas leis. Nós, neste momento, descobriremos mais sobre as ramificações sociais védicas da vida após a vida. Em outras palavras, o fato de esta vida ser uma de muitas não é apenas uma realidade pessoal – trata-se de uma realidade social também. Não é preciso sermos sociólogos ou psicólogos para perceber que o conhecimento do samsara – a roda do tempo – pode moldar toda a organização e motivação da sociedade.




O que é tal coisa que está mudando de corpo em vidas passadas, presentes e futuras?

Histórias bobinhas de reencarnação têm passagem certa por tabloides e revistas de fofoca, mas um número crescente de pesquisadores eruditos está discretamente acumulando uma formidável soma de evidências que apontam para vidas pretéritas. A hipnose é uma área de investigação. Os pesquisadores afirmam que o trabalho clínico de hipnólogos rigorosamente científicos supera em muito os esforços de praticantes sem habilidades, que desconhecem técnicas para prevenir fantasias. Dr. Joel Whitton, um professor de psiquiatria da Escola Médica da Universidade de Toronto, é um entre muitos pesquisadores altamente capacitados que utilizam a hipnose para estudar o que as pessoas talvez conheçam de maneira inconsciente de seu passado. Pesquisas demonstram que mais de 90 por cento de todas as pessoas hipnotizáveis fornecem memórias que aparentemente indicam vidas anteriores.[1]

Tendo dedicado milhares de horas gravando tudo o que voluntários hipnotizados falavam sobre supostas existências passadas, Whitton encontrou uma correlação incomum entre essas memórias e as atuais experiências sobre o assunto. Por exemplo, um psicólogo nascido e criado no Canadá falara com um inexplicável sotaque britânico como criança. Ele temia quebrar sua perna, bem como viagens de avião, constantemente mordia suas unhas e tinha uma estranha fascinação por torturas. Uma vez, teve uma estranha visão de estar em uma sala como um oficial nazista, logo após operar alguns pedais. Sob hipnose, o homem relatou memórias como um piloto britânico voando por sobre a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. Munição antiaérea quebrara sua perna e, consequentemente, fizera-o perder o controle dos pedais. Depois que seu avião caíra, os alemães o capturaram e o torturaram arrancando suas unhas, após o que ele morreu. Whitton também registrou indivíduos falando em línguas arcaicas que apenas linguistas poderiam reconhecer como norueguês antigo e uma língua mesopotâmica existente entre 226 e 651 d.C.[2]

Dr. Brian L. Weiss, graduado na Yale School of Medicine e coordenador de psiquiatria no Mount Sinai Medical Center, de Miami, escreveu um livro best-seller, Many Lives, Many Masters. Ali, descreve sua conversão de cético a defensor da reencarnação. Um de seus pacientes, enquanto hipnotizado, começou a ter uma regressão de vida passada. O incidente espontâneo induziu Weiss a fazer mais investigações. Ele diz que, desde que publicou seu livro, recebeu uma inundação de cartas de “pesquisadores no armário” – colegas psiquiatras que são investigadores secretos. Weiss diz: “Há muitos psiquiatras que me escrevem dizendo que fazem terapias de regressão há dez ou vinte anos na privacidade de seus consultórios, e pedem: ‘Por favor, não conte para ninguém’. Muitos são receptivos a isso, mas não admitirão”.[3]



A hipnose é uma das técnicas utilizadas para investigação de memórias de vidas passadas.

Os indicadores mais convincentes e concretos são aqueles no trabalho de Dr. Ian Stevenson. Professor de psiquiatria na Escola Médica da Universidade de Virgínia, tem uma impecável reputação em investigação radical e meticulosa. Em vez de hipnose, sua especialidade é entrevistar crianças pequenas que se lembram espontânea e conscientemente de vidas passadas. Ele sugere, devidamente, que sejamos cautelosos antes de admitirmos evidências a partir de regressões guiadas a vidas anteriores. Quando a mente se abre ao transe hipnótico, uma pequena faísca de uma minúscula sugestão pode dar início a um incêndio de cenas vívidas completamente imaginadas. Stevenson, portanto, favorece memórias que surgem sem serem buscadas e que podem ser verificadas através de pesquisa histórica.

Durante os últimos trinta e cinco anos, reuniu mais de 2600 casos de memórias de vidas passadas, dos quais 65 relatos detalhados foram publicados. Reunindo evidências de todos os continentes, diz que esses casos são tão comuns que sua equipe não consegue ficar em dia com tamanha carga de trabalho. Casos são especialmente frequentes em países hindus e budistas do sul da Ásia, entre os povos xiitas do Líbano e da Turquia, entre as tribos da África Ocidental e, curiosamente, no noroeste dos Estados Unidos.

Em geral, as crianças têm entre dois e quatro anos quando começam espontaneamente a falar de uma vida anterior. Porque suas memórias frequentemente são ricas em detalhes, Stevenson é capaz de traçar a identidade de seu nascimento anterior e confirmar as particularidades. Algumas vezes, até mesmo levou crianças às vizinhanças do exato lugar sobre o qual elas falaram e onde ele já investigara e descobrira sobre uma pessoa que vivera e morrera em exata conformidade com a descrição das crianças. Como Stevenson observou, as crianças, sem esforço, andaram tranquilamente por uma vizinhança estranha até sua antiga casa, e lá identificaram posses, parentes e amigos.

Até o momento presente, Stevenson tem dados e casos documentados o bastante para oito livros, com muito mais por vir. Publicou estudos demonstrando que, em um teste com 387 crianças que alegavam se recordar de uma vida anterior, 141 delas tinham fobias que quase sempre correspondiam ao modo exato da morte documentada da identidade anterior que a criança lembrava. As fobias frequentemente se manifestavam entre as idades de 2 e 5 anos, algumas vezes antes de a criança começar a falar sobre uma vida anterior.

De outra perspectiva, Stevenson apresentou descobertas de uma investigação de novecentos casos envolvendo correlação biológica. Ele descobriu que 35 por cento das crianças que se lembravam de uma vida anterior tinham marcas de nascimentos ou problemas de nascença ligados de alguma forma a uma morte violenta que podia ser documentada de acordo com os relatos delas. Para alguns casos, apresentou evidências fotográficas impactantes da correlação fenomenal entre as marcas e problemas de nascimento da criança e as verdadeiras feridas da pessoa cuja vida e cuja morte violenta a criança recontava.[4]

Stevenson descobriu que 35 por cento das crianças que se lembravam de uma vida anterior tinham marcas ou problemas de nascimento correlatos com as memórias.



Todo o trabalho de Stevenson nesse último projeto foi publicado em 1997. A documentação integral, Reincarnation and Biology, exigiu dois volumes de mais de mil páginas cada.[5] Antes que os céticos pensem que a correspondência entre marcas de nascimento e uma morte anterior é apenas coincidência, Stevenson dividiu o corpo adulto de tamanho médio em uma grade de 160 caixas, cada uma com dez centímetros quadrados. Colocando as marcas de pele nessa grade, demonstra de maneira convincente que a chance de uma única anomalia ou irregularidade correspondendo com uma só ferida é de 1 em 160. Contudo, e quanto a casos em que mais de uma ferida e marca de pele coincidem? Ele documenta dezoito casos em que uma criança se lembra de morte por tiro e tem duas marcas de nascença correspondendo ao local em que a bala entrou e ao local em que a bala saiu. Duas marcas de nascimento ligadas a duas feridas reduzem as chances de coincidência para 1 em 25.000 (1 em 160 vezes 1 em 160).

As chances de coincidência sobem astronomicamente no caso de um turco chamado Necip Ünlütaskiran. De suas sete marcas de nascimento, seis coincidem exatamente com feridas descritas em um documento médico para a pessoa falecida recordada. Além disso, Necip esfaqueara sua esposa de uma vida anterior na perna, e a ferida deixara uma cicatriz. A mulher foi identificada e tinha de fato uma cicatriz na perna fruto da violência reportada.

Além de sua descoberta de que características biológicas podem fornecer fortes evidências para a reencarnação, Stevenson também encontrou evidências claras para inferir que algum tipo de corpo intermediário e sutil existe, o qual transfere certas características da vida passada para a seguinte. Ele afirma:

Parece-me que as impressões de feridas na personalidade anterior têm que ser transportadas entre as vidas em algum tipo de corpo prolongável que, por sua vez, age como um molde para a produção de um novo corpo físico com marcas e deformidades de nascença que correspondem às feridas no corpo da personalidade anterior.[6]

Embora o trabalho de Stevenson abale as fundações da ciência moderna, o cuidado e a precisão de sua pesquisa renderam-lhe elogios dos setores mais conservadores do mundo acadêmico. Periódicos científicos de prestígio, como o American Journal of Psychiatry, o Journal of Nervous and Mental Disease e o International Journal of Comparative Sociology publicaram suas descobertas. Até mesmo a American Medical Association – insuperável em tamanho, influência e tradição – declarou oficialmente em seu periódico que Stevenson “reuniu laboriosa e objetivamente uma série de casos detalhados em que a evidência para a reencarnação é difícil de ser entendida com base em qualquer outra esfera. Ele registrou um grande volume de dados que não podem ser ignorados”.[7]

Agora que a investigação da reencarnação está cada vez mais avivada, não devemos hesitar em considerar a antiga ciência védica de como a alma transmigra para diferentes corpos e, em um estado excepcional, para além de toda dimensão material.

[1] H. N. Banerjee, em Americans Who Have Been Reincarnated (Nova Iorque: Macmillan Publishing Company, 1980), p. 195, apresenta um estudo feito por James Parejko, um professor de filosofia da Universidade Estadual de Chicago, o qual revela que 93 de 100 voluntários hipnotizados produziram possíveis conhecimentos de uma vida passada. Joel Whitton encontrou indicações em todos os seus hipnotizados.

[2] Para o trabalho de Whitton, vide Joel L. Whitton e Joe Fischer, Life Between Life (Nova Iorque: Doubleday, 1986), p. 116–27.

[3] “Entrevista: Brian L. Weiss, M.D.”, Venture Inward 6, n. 4 (julho/agosto de 1990): 17–18.

[4] Para o trabalho de Stevenson, vide Ian Stevenson, Twenty Cases Suggestive of Reincarnation (Charlottesville, VA: University Press of Virginia, 1974); Cases of the Reincarnation Type, 4 vols. (Charlottesville, VA: University Press of Virginia, 1974); e Children Who Remember Their Past Lives (Charlottesville, VA: University Press of Virginia, 1987).

[5] O último trabalho de Stevenson é Reincarnation and Biology: A Contribution to the Etiology of Birthmarks and Birth Defects, 2 vols. (Westport, CT: Praeger Publishers, 1997); sua versão condensada é Where Reincarnation and Biology Intersect.

[6] Ian Stevenson, “Some Questions Related to Cases of the Reincarnation Type”, Journal of the American Society for Psychical Research (outubro de 1974): 407.

[7] Journal of the American Medical Association, 1º de dezembro de 1975, como citado em Cranston e Williams, Reincarnation, p. x.

Fonte: Volta ao Supremo
Amigos de Krishna

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ROSANA RODRIGUES FREEDMAN